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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

Jornal quebra tradição e se posiciona contra reeleição de Donald Trump

Depois de dois longos séculos de silêncio sobre eleições, prestigioso jornal de medicina se posiciona contra presidente dos EUA

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 out 2020, 09h54 - Publicado em 8 out 2020, 15h51

Uma regra respeitada há 208 anos foi quebrada nesta semana pelo The New England Journal of Medicine (NEJM) diante da possibilidade da reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

A publicação, que evita se envolver em assuntos políticos há mais de 2 séculos, divulgou editorial intitulado “Morrendo em um vácuo de liderança”, no qual afirma que os líderes dos EUA falharam no trabalho de conter a pandemia do coronavírus. “Eles pegaram uma crise e a transformaram em uma tragédia”, aponta o texto.

O posicionamento do respeitado jornal de medicina é uma mensagem política aos leitores e uma crítica contundente ao atual presidente Donald Trump. No final do texto, o veículo ainda ressalta: “Quando se trata da resposta à maior crise de saúde pública de nosso tempo, nossos atuais líderes políticos demonstraram que são perigosamente incompetentes. Não devemos incitá-los e permitir a morte de milhares de americanos, mantendo seus empregos”.

É comum que alguns jornais norte-americanos se manifestem perto das eleições, dizendo o candidato que editorialmente endossam. O The New York Times, por exemplo, publicou capa apoiando o democrata Joe Biden, adversário de Trump na corrida eleitoral. Em seu editorial, o NYT escreveu que Biden “tem a experiência, o temperamento e o caráter para guiar a nação em direção a um futuro mais brilhante e promissor”.

Apesar de ser comum em outros impressos, é a primeira vez, em 208, anos que o New England Journal of Medicine se envolve com a política dos Estados Unidos. Segundo o site oficial da publicação, mais de 600.000 pessoas de quase todos os países leem o NEJM impresso e online todas as semanas.

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A postura mostra que o caminho até a reeleição será difícil para Donald Trump. Diagnosticado com Covid-19 depois de minimizar a doença e os estragos que a pandemia causou na população mundial, Trump tem até o dia 3 de novembro, quando acontecem as eleições presidenciais, para provar que deve continuar no cargo. Do outro lado da disputa, Biden aproveita para ressaltar a má administração de Trump em meio à pandemia.

Na noite desta quarta, 7, no debate entre os dois candidatos a vice-presidente ganhou a atenção dos norte-americanos. Segundo pesquisa feita pela CNN, 6 em cada 10 americanos acreditam que a senadora Kamala Harris, candidata a vice de Joe Biden, venceu o confronto contra Mike Pence, vice de Trump.

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