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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Caso Biden escancara o atraso de Bolsonaro

A demora em reconhecer o que aconteceu nos EUA mostra o estado deplorável da diplomacia brasileira no atual governo

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 dez 2020, 11h09 - Publicado em 16 dez 2020, 13h59

Foram 38 dias de espera até que o presidente Jair Bolsonaro finalmente desse os parabéns para Joe Biden, o vencedor incontestável das eleições norte-americanas. Ocorre que a projeção da vitória do democrata, há mais de um mês, era mais que o suficiente para o governo brasileiro agir naturalmente, de forma pragmática, como manda o figurino da diplomacia. Bastava congratular o chefe de estado do segundo maior parceiro comercial do país e pronto. Até porque a preferência política do chefe de estado não tem a menor importância, ou não deveria ter.

O problema é que nunca basta. Nunca é o suficiente. Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo e o tal núcleo ideológico do governo, que está mais para núcleo estúpido, não tem o tino para governar uma nação com mais de 200 milhões de habitantes, a nona economia do mundo. Não é de hoje que o presidente e o chanceler tocam as decisões sobre a política externa do governo na base da infantilidade ideológica ultrapassada da Guerra Fria.

Uma coisa é o discurso nas eleições que, por mais bizarro e deplorável que tenha sido, serviu ao propósito do grupo político de extrema direita. Outra coisa é a decisão de governar para gueto, para o grupinho, para os radicais. Isso atrapalha o país em tantas escalas, que vai deixando a situação insustentável. No caso de Joe Biden, Bolsonaro só não foi pior que o ditador norte-coreano Kim Jong-un. E isso não pode ser usado como algo positivo, ja que a Coreia do Norte é a Coreia do Norte. O Brasil virou o vice-lanterna nessa fila.

A ideologia não pode estar acima do bem-estar da população, dos interesses da nação e da economia claudicante do país. A ideologia nada mais é que “a origem das ideias humanas às percepções sensoriais do mundo externo”. O problema é que o mundo externo de Bolsonaro e do chanceler simplesmente não existe. Para eles, ou é a ideia do quanto pior melhor, ou é aquilo: “o nazismo é de esquerda” e Joe Biden “serve ao comunismo”.

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O conceito do vamos manter a narrativa acesa já passou de todos os limites aceitáveis. Não era necessário o colégio eleitoral americano confirmar a vitória de Biden para entender que o democrata será o próximo presidente dos EUA. Todos sabemos e temos a consciência de que, numa democracia é assim, uma hora um grupo político ganha, e outra hora, o do adversário. Mas a imaturidade do governo brasileiro atual impede o óbvio. É lamentável.

A verdade é que se trata de mais um vexame internacional. Foi estimulado, como se viu nos telegramas da embaixada em Washington, obtidos pelo Estado de S.Paulo, e escritos pelo próprio embaixador Nestor Foster. Isso mostra que o governo inteiro submergiu na mediocridade diplomática. O que todo esse caso revela é o deplorável estado da diplomacia brasileira, que já foi considerada uma das mais qualificadas do mundo.

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