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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Bolsonaro usa truque que já ficou manjado

Exaltar torturador Brilhante Ustra e dizer absurdos são a maneira de Bolsonaro desviar o foco dos filhos

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jan 2021, 19h32 - Publicado em 22 dez 2020, 12h44

Dois anos foram suficientes para que a imprensa e os brasileiros de forma geral entendessem qual é a estratégia de Jair Bolsonaro quando se sente acuado, principalmente quando as denúncias se aproximam de um dos seus filhos, ou mais de um. Para tirar o foco de assuntos que o atingem negativamente ou a alguém da sua família, o presidente usa a mesma tática de sempre: diz algum absurdo ou faz uma declaração abominável para desviar a atenção.

Desta vez, o Bolsonaro aparece em um vídeo no canal de seu filho Eduardo, no YouTube, exaltando o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, a quem chama de “grande brasileiro”. Com o livro “Verdade Sufocada” nas mãos, o presidente do país afirma que a versão contida na obra, escrita por Ustra, é “história com ‘h’, não é historinha contada pela esquerda”. Já fez isso outras vezes. Ele sempre saca Ustra do colete quando quer desviar o olhar.

Bolsonaro ainda afirma que o livro deveria ser “leitura obrigatória” para pessoas que queiram saber a verdade sobre o período da ditadura militar (1964-1985). O presidente ainda diz a aleivosia de que os presos que ficavam no Doi-Codi – aparato repressor da ditadura que esteve sob o comando de Ustra – eram tratados com “toda dignidade, inclusive as presas grávidas”.

A fala de Jair Bolsonaro, que insiste em ignorar os fatos conhecidos sobre Ustra, e que provam a morte e o desaparecimento de dezenas de pessoas, não é inédita. Em outras ocasiões, o presidente já elogiou Ustra, e sempre volta ao tema porque sabe que suas declarações revoltam por serem uma versão mentirosa da história do país.

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Ustra chefiou o DOI-Codi, em São Paulo, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974. No período, foram registradas, ao menos, 45 mortes e desaparecimentos forçados, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade.

Falar sobre isso neste momento também não é por acaso. Bolsonaro está tentando mudar de assunto. Foge de perguntas sobre a péssima gestão que tem feito em meio à pandemia e tenta desviar o foco das reuniões que tem realizado no Palácio do Planalto para orientar a defesa do filho Flávio Bolsonaro.

Há indícios de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria produzido relatórios para direcionar advogados de Flávio Bolsonaro e tentar anular o inquérito das rachadinhas. Diante das graves acusações, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Procuradoria-Geral da República investigue a suposta atuação da Abin em favor do filho do presidente.

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Enquanto Bolsonaro insiste em mudar o rumo da conversa, o Brasil observa fatos que são inegáveis: a cortina de fumaça criada pelo presidente não vai funcionar. O povo quer saber o que será feito para acabar com a pandemia, porque a vacinação já começou em outros países (e não no Brasil) e qual a participação de Flávio Bolsonaro no esquema das rachadinhas.

A propósito: fazer apologia da ditadura e da tortura é crime.

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