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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Prévias do PSDB mal começaram e já têm um vilão: o aplicativo de votação

Ferramenta criada pelo partido para cadastrar votantes enfrenta desconfiança da ala ligada a Doria e críticas variadas de tucanos; auditoria encontra falhas

Por Da Redação Atualizado em 18 out 2021, 15h48 - Publicado em 18 out 2021, 15h10

As prévias para definir quem será o candidato a presidente da República pelo PSDB em 2022 começaram na última quinta-feira, 14, com o cadastramento de filiados que desejam participar da escolha, e já largaram sob o signo da polêmica. As desavenças tiveram início antes mesmo dos debates públicos entre os três candidatos – João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgilio –,  que começam amanhã, e o motivo da discórdia não é nenhum político, mas o aplicativo que será usado na votação.

A principal desconfiança vem da ala ligada a Doria. O aplicativo foi encomendado pela Executiva Nacional do PSDB, comandada por Bruno Araújo, que é apoiador de Leite e desafeto do governador paulista. Além disso, ele foi desenvolvido pela FAUFRGS (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que é do estado governado por Leite, principal concorrente de Doria.

A cisma cresceu após uma consultoria encomendada pelo PSDB a pesquisadores da USP terem recomendado a implementação de mais medidas de segurança para que fossem reduzidas as chances de possíveis falhas e invasões ao sistema.

Em razão disso, o partido contratou a empresa Kryptos, especializada em tecnologia, para fazer uma espécie de auditoria na ferramenta. Essa análise irá acompanhar e testar todas as etapas do aplicativo conforme elas forem disponibilizadas. Até o momento, apenas a fase de cadastro de participantes está liberada. Estão em andamento testes que servem para detectar possíveis problemas de conexão, performance e confiabilidade do sistema. Novas medidas para fortalecer a segurança do aplicativo já foram apontadas pela empresa e estão sendo implementadas. A partir do resultado, a ala mais próxima de Doria irá definir se fará uma reclamação à direção do PSDB pedindo um novo sistema ou se aceitará o uso dessa ferramenta.

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Irão votar utilizando o aplicativo apenas os filiados sem cargo eletivo e vereadores do PSDB. Os demais integrantes com direito a voto — prefeitos e vice-prefeitos, deputados, governadores, vice-governadores, ex-presidentes, senadores e o atual presidente do partido — estarão em Brasília no dia 21 de novembro e farão votação presencial, por meio de urnas eletrônicas fornecidas e auditadas pela Justiça Eleitoral. Mesmo os membros que irão votar presencialmente, no entanto, precisam efetuar o cadastro no aplicativo até o dia 14 de novembro, uma semana antes da votação.

O aplicativo está disponível para download na Google Play Store – para celulares que usam o sistema Android –, mas não chegou ainda à APP Store, que disponibiliza a ferramenta para quem tem o sistema IOS, da Apple. A previsão do partido é que ele fique disponível para usuários de Iphone ainda nesta semana. O atraso, porém, provocou mais críticas de quem já estava desconfiado do sistema.

Para fazer o cadastro é preciso o número do título de eleitor, uma imagem de um documento com foto e uma foto do filiado segurando a sua identidade. Depois é exigida ainda uma validação facial. Por enquanto, as instruções para o dia da votação não foram disponibilizadas.

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As dificuldades na fase inicial de cadastros provocaram críticas dentro do partido. O PSDB Mulher fez uma postagem apontando problemas para baixar o aplicativo e realizar o cadastro. Também há queixas de tucanos quanto à validação da foto e à falta de respostas da central para as dúvidas enviadas. Alguns tucanos temem que a burocracia e as dificuldades com o sistema causem a desistência de votar e a exclusão de idosos, por exemplo.

O partido usou dinheiro do fundo eleitoral para criar o aplicativo e planeja doá-lo ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) após o fim das prévias, segundo o presidente do PSDB, Bruno Araújo, que é um dos defensores da nova forma de votação. A ideia é que outros partidos possam usar o sistema para fazer consultas internas.

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Voto impresso

Segundo a assessoria da presidência do PSDB, a alternativa ao aplicativo seria o uso do voto em papel, que poderia ser mais dispendioso e mais suscetível a fraudes. “Salientamos que a alternativa posta hoje ao aplicativo nas prévias é o em voto em cédula — que envolve riscos de fraude, custos logísticos (distribuição de urnas por todo Brasil, inclusive em lugares remotos como interior da Amazônia), contratação de fiscais de urnas para cada candidato, divergências no processo de contabilização de votos e atrasos na apuração”, afirma.

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