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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Desastre do PT em São Paulo está sendo pior do que se imaginava

Às vésperas da eleição, Tatto está embolado até com o youtuber Mamãe Falei e tem pior desempenho de um petista nessa fase da disputa desde o fim da ditadura

Por Da Redação 13 nov 2020, 17h12

Quando a candidatura de Jilmar Tatto a prefeito de São Paulo foi lançada pelo PT, muita gente, mesmo dentro do partido, achava que seria difícil obter um bom desempenho com um nome que era forte internamente na sigla – da qual é um dos fundadores -, mas não tinha densidade eleitoral suficente para levar o petismo de novo à prefeitura, que já comandou por três vezes.

Antes da eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o que pôde para tentar convencer o último petista ocupante da cadeira, Fernando Haddad, a assumir a missão, mas o escolhido refugou firmemente a missão, talvez na esperança de ser de novo candidato a presidente pelo partido na eleição de 2022. No meio da campanha, muitos petistas fizeram esforços para Tatto passar a apoiar Guilherme Boulos (PSOL), que tem um desempenho muito melhor, mas as tentativas também não vingaram.

Mas ninguém esperava que Tatto fosse tão mal. No levantamento divulgado nesta sexta-feira, 13, pelo instituto Paraná Pesquisas ele aparece numericamente atrás até de Arthur do Val (Patriota), que até outro dia era apenas um youtuber de sucesso entre o público juvenil – ele tem 5,2% contra 3,5% do petista, diferença que está dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

No Ibope, a situação é um pouco mais animadora: Tatto aparece com 6% e pode até citar que está empatado dentro da margem de erro de três pontos com Márcio França (10%) e Celso Russomanno (12%), mas ainda atrás de Boulos (13%). No Datafolha, o petista tem 4% (a mesma coisa de Arthur do Val) e bem atrás de França, o primeiro à sua frente, que tem 12%.

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O fiasco até agora não é pequeno: é o pior desempenho de um candidato do PT desde a redemocratização do país. Na eleição de 1988, por exemplo, Luiza Erundina, que era uma grande surpresa na eleição, chegava, nesta mesma época da disputa, a 14%, segundo o Datafolha, empatava com João Leiva (MDB) em segundo lugar e ganhava tração para três dias depois derrotar Paulo Maluf (PDS), que tinha 28%.

Luiza Erundina em ato de campanha pela prefeitura de São Paulo em 1988 (Anselmo Piccardi/Fundação Perseu Abramo/Divulgação)

Em 1992, sempre segundo o Datafolha, Eduardo Suplicy tinha 25% contra 36% de Maluf, que desta vez levaria a eleição. Em 1996, a mesma Erundina tinha 24% contra 38% de Celso Pitta (PPB), candidato de Maluf, que derrotaria a petista. Em 2000, Marta Suplicy deu o troco em Maluf ao derrotá-lo e reconquistar a prefeitura para o PT – nesta mesma época da disputa, ela liderava a corrida com 33% .

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Marta, no entanto, seria derrotada nas duas tentativas seguidas de voltar à prefeitura. Em 2004, perdeu para José Serra (PSDB), mas estava empatada com ele em 34% à esta altura da campanha. Em 2008, foi derrotada no segundo turno por Gilberto Kassab (PFL), mas pouco antes do primeiro turno, liderava a disputa com 35% contra 27% do rival.

O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, ao lado de sua vice Nadia Campeão, Eduardo Suplicy e Marcelinho Carioca, faz caminhada pelo centro no primeiro dia de sua campanha eleitoral em São Paulo
O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, ao lado de sua vice, Nádia Campeão, e do então senador Eduardo Suplicy (PT), em campanha (Nelson Antoine/Fotoarena/VEJA)

Em 2012, Fernando Haddad tinha 19% nessa época, mas acabaria indo ao segundo turno contra José Serra (PSDB) e derrotando o tucano. Já em 2016, levou o troco – tinha apenas 11% nesse momento da disputa em sua tentativa de reeleição, que acabou não conseguindo; João Doria (PSDB) levou a eleição no primeiro turno.

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Há petista nas redes sociais ainda acreditando que a força da militância petista, que está longe de ser a mesma de outros tempos, ainda dê um empurrão a Tatto nesta reta final. Mas que está difícil, isso está.

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