‘Chá de cadeira’ de Mendonça já é o maior de um indicado ao STF no século
Tempo de espera supera o de outros dezessete candidatos aprovados pelo Senado desde 2000
A demora do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), em pautar a análise do nome de André Mendonça para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) já é uma das maiores da história recente.
Desde que o nome do ex-advogado-geral da União foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, passaram-se 55 dias sem que a CCJ tenha qualquer previsão de quando Mendonça será sabatinado.
Pelo menos desde a sabatina de Teori Zavascki, morto em 2017, não houve tanta demora. Indicado por Dilma Rousseff em 10 de setembro de 2012, o então ministro do Superior Tribunal de Justiça esperou 37 dias para ser escrutinado pelos senadores. Até então, na história recente, desde a indicação de Ellen Gracie, em 2000, nenhum nome ficou mais de um mês para ser sabatinado — foram dezessete ministros nesse período (veja quadro abaixo).
O “chá de cadeira” já provoca incômodo entre os ministros. Conforme informa o Radar, o impasse é considerado um desrespeito à Corte, que está desfalcada desde a aposentadoria de Marco Aurélio Mello.
Além de permitir empates em julgamentos sensíveis, a indefinição também faz aumentar o volume de processos distribuídos aos outros gabinetes. Antes de sair, Marco Aurélio fez um esforço para reduzir seu estoque e deixou um acervo de 1.144 ações, o quarto menor do tribunal atualmente.