Assessores fantasmas de Flávio foram lotados em outras áreas da Alerj
Para o MP do Rio, que denunciou servidores à Justiça, influência política do Zero Um possibilitou nomeações em diretorias e lideranças partidárias
Seis dos doze ex-assessores de Flávio Bolsonaro denunciados no caso da rachadinha – e apontados pelo Ministério Público do Rio como funcionários fantasmas – foram lotados em outras diretorias e lideranças partidárias na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), além de terem sido nomeados para o gabinete do filho Zero Um do presidente Jair Bolsonaro. Para os promotores, é uma demonstração de que Flávio “usou sua influência política para possibilitar as nomeações para outros cargos públicos”. Além disso, o MP identificou que houve repasse de dinheiro de alguns desses ex-assessores a Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema, mesmo quando eles estavam lotados nesses outros setores do Legislativo Fluminense.
Filha de Queiroz, a personal trainer Nathália Queiroz foi assistente no gabinete do vice-líder do PP, que era o Zero Um à época, entre 20 de setembro de 2007 e 1º de fevereiro de 2011. Depois, foi auxiliar de gabinete no mesmo setor, de abril a julho de 2011, e assessora parlamentar no Departamento de Taquigrafia e Debates, de julho a agosto daquele ano.
Luiza Paes, a primeira ex-assessora a admitir ao MP e a detalhar o modus operandi da rachadinha no gabinete de Flávio, foi empregada também pela Subdiretoria-Geral da TV ALERJ entre abril de 2012 e fevereiro de 2015. Saiu de lá para ficar, até fevereiro de 2017, no Departamento de Planos e Orçamento da Assembleia.
Raimunda Veras Magalhães – mãe de Adriano da Nóbrega, acusado de comandar o Escritório do Crime que foi morto pela política em fevereiro – foi nomeada no gabinete do então líder do PP, Dionísio Lins, entre março de 2015 e abril de 2016. Ela foi para o gabinete de Flávio depois que ele, em março de 2016, deixou o PP e foi para o PSC, para concorrer à prefeitura do Rio.
O policial militar Wellington Sérvulo, que passou em Portugal boa parte do tempo em que estava lotado no gabinete de Flávio, foi auxiliar no gabinete da vice-liderança do PP entre abril de 2015 e abril de 2016. À época, a função era ocupada pelo Zero Um.
O policial civil Jorge Luis de Souza foi lotado na vice-liderança do PP de abril de 2007 a fevereiro de 2011 e na liderança do PSL, em 2018, quando esses gabinetes eram comandados pelo filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
Mulher de policial, a ex-assessora Márcia Cristina Nascimento dos Santos passou pela vice-liderança do PP entre março de 2015 e abril de 2016, quando Flávio era quem dava as cartas nesse gabinete.