Acusado de receber propina, Temer rejeita recurso de empresa portuária
Segundo a PGR, a Rodrimar pagou ao presidente para ser favorecida em decreto; em decisão, emedebista negou prorrogação de concessão no Porto de Santos
Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto favorecimento indevido ao grupo Rodrimar, o presidente Michel Temer (MDB) utilizou um de seus últimos dias no cargo justamente para negar um pedido da empresa, que pretendia prorrogar a concessão de dois armazéns e um terminal no porto de Santos (SP).
Segundo a procuradora-geral Raquel Dodge, Temer editou um decreto em 2017 com a finalidade de permitir que o Rodrimar seguisse operando no litoral paulista em troca do pagamento de propinas. O presidente nega. O documento de Temer foi utilizado pelo grupo como argumento para pedir a continuação do contrato, que venceu em 2014.
As alegações da Rodrimar já haviam sido rejeitadas pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Diante dessa decisão, a empresa apresentou um recurso hierárquico para que o caso fosse reavaliado pela instância superior ao Ministério, o presidente da República.
Com a negativa desta sexta-feira, publicada no Diário Oficial da União, Michel Temer reforça o argumento da sua defesa de que o decreto publicado por ele não favorece os negócios da Rodrimar. Já a empresa enfrentará dificuldades e deve ter que participar de uma nova licitação se quiser seguir operando em Santos.