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Microbioma humano: o “ segundo genoma”

O microbioma humano está sendo estudado como forma de solucionar diversos problemas de saúde

Por Edson Borges Jr.
23 Maio 2019, 16h27

Os seres humanos são compostos de células humanas, conhecidas como genes ou genoma e, não humanas, as microbianas como bactérias, fungos e vírus que habitam em um ambiente particular, que também são codificadas com material genético, conhecidas como microbioma humano, que compõem cerca de 1% a 3% do total de nossa massa corporal.

O catálogo genoma humano e sua diversidade são pequenos em comparação a diversidade estimada do microbioma. Por esse ângulo, existem mais de três milhões de genes não redundantes no microbioma  humano, enquanto são apenas 22.000 genes do genoma humano inteiro.

O estudo do microbioma na saúde reprodutiva começou no século 19, quando Ignaz Semmelweis propôs lavar as mãos com solução de hipoclorito para eliminar o risco de febre puerperal, doença que provocava a morte materna em 7% a 15% dos casos.  Na época, sem comprovação científica para seu achado, ele foi considerado mentalmente instável.

Microbioma na saúde

Entretanto, desde 2007, com apoio financeiro, intensificaram-se os estudos  do microbioma humano e grandes descobertas sugeriram que o emprego da variação nele contida pode ser útil e personificado, em relação a decisões de saúde, investigação e tratamentos.

Indivíduos humanos são 99.9% idênticos uns aos outros em termos de  genoma, mas podem ser 80%-90% diferentes quando estudamos, por exemplo, o microbioma das mãos ou intestinos.

Os pesquisadores fizeram associações sobre a prevalência de alguns  gêneros de bactérias com a circunferência do quadril, obesidade, com a concentração de ácido úrico, com a ingestão de amoxicilina e até com a preferência por determinado tipo de chocolate. Há, ainda, estudos sobre microbioma e atividade física. Descobriu-se que o exercício praticado desde cedo pode alterar a comunidade bacteriana intestinal, promovendo uma melhor atividade cerebral e metabólica. Quanto a atividade cerebral, importantes os estudos do microbioma e seu impacto nos diferentes graus de autismo.

Microbioma e reprodução

Hoje já se pensa em manipular o compartimento bacteriano de nosso ecossistema, para tratar de enfermidades de forma personalizada e baratear os custos dos diagnósticos.

Bem se vê que, no campo da medicina reprodutiva, não é diferente. A  literatura descreve tentativas de alterar o microbioma no trato reprodutivo com objetivo de mudar os resultados dessa tecnologia. Um microbioma humano pode afetar várias facetas da reprodução,  desde a gametogênese, a fertilização, a migração embrionária, a implantação com implicações na falência precoce da obtenção da gestação e alterações na gravidez tardia. Incontáveis, de igual forma, as possibilidades de alterações obstétricas durante a gestação e parto em termos de infecção intrauterina e gravidez pré- termo.

Daí, o  termo “segundo genoma humano” ,  a demonstrar a importância do microbioma e sua complexidade, pois na visão moderna o corpo humano é um ecossistema no qual as células descendentes do óvulo fertilizado são apenas um de seus componentes.

 

Edson Borges

 

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