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A consulta do adolescente – terra de ninguém? (Parte 1)

Um dos grandes problemas do adolescente e de sua família é saber quem é o profissional que deve cuidar deste grupo

Por Mauro Fisberg
Atualizado em 15 set 2017, 12h00 - Publicado em 15 set 2017, 12h00

A adolescência é uma fase superimportante de nossa vida, uma das mais incompreendidas, e um período de grandes mudanças. Enormes modificações físicas, comportamentais, de esperança e de experimentações. Na verdade, um dos grandes problemas do adolescente e de suas famílias, é saber quem é o profissional que deve cuidar deste grupo.

Quem é o adolescente?

Para podermos entender bem isto, vamos começar tentando entender quem é o adolescente. Para a Organização Mundial da Saúde, e para a maioria dos serviços de adolescência no país, este período é o compreendido entre os 10 e 20 anos de idade (ou seja, a segunda década de vida). Já aviso que este é um período sem muita lógica, já que não engloba todas as mudanças físicas de crescimento e desenvolvimento, seja mental ou do corpo e das características sexuais. Ao mesmo tempo, não é o período de definições políticas – afinal, podemos votar aos 16, casar aos 18, assim como sermos responsabilizados penalmente como adultos.

Outras definições dependem muito de aspectos políticos, práticos e outra vez, não respeitam bem a própria sinalização do corpo. Assim, os limites inferiores da adolescência não são muito claros. Alguns hospitais atendem crianças até 12 anos e depois chamam os pacientes de ADULTOS e são atendidos misturados a todos adultos e idosos. Imaginem internar um adolescente em uma unidade com pessoas de idades muito diferentes. Necessidades diferentes em todos os aspectos, não é mesmo?

Qual especialista deve cuidar dos adolescentes?

Outra coisa importante, qual a especialidade que deve seguir estas crianças-adultas em transição. Hoje não é muito discutido que o pediatra deve ser o responsável pelo seguimento desta fase. Afinal, é o responsável pelo acompanhamento da criança em suas fases de crescimento e desenvolvimento e conhece esta criança por longos anos. Estas modificações são importantes e culminam com o fenômeno chamado puberdade.

A puberdade é a modificação física que ocorre em nossos corpos, aproximadamente aos 9-10 anos de idade (mas pode ser até os 15), em que preparamos o nosso organismo para ter características físicas de adultos e para a reprodução. Crescemos mais rapidamente, sob a ação de hormônios, como os estrógenos, progesterona, testosterona e ajudados por vários outros.

A velocidade de crescimento, que no final da infância era estável, entre 5-7 centímetros por ano, passa para 10 a 12 centímetros por ano, mas por um período que varia entre 2 e 5 anos. O chamado estirão da puberdade ou da adolescência alcança até 20 ou 25 centímetros, mas não é o período de nossa vida em que mais crescemos. Só para comparar, crescemos 50 cm no período pré-natal (em apenas 9 meses) e 25 centímetros no primeiro ano de vida. Mas o crescimento da puberdade é essencial, porque determinará a nossa estatura final.

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Uma boa nutrição, hidratação, excelente funcionamento de todos os hormônios, em uma base genética correta, determinará um crescimento esperado e adequado. No entanto, existem tantas coisas que precisam dar certo para o crescimento que é realmente uma maravilha que tudo funcione para termos um bom tamanho.

Além deste movimento no aumento do tamanho, a puberdade determina a modificação da composição corporal, com aumento do tecido gorduroso e muscular, visando as formas finais do corpo do adulto. Os aumentos da mama, das dimensões do quadril, visam a possibilidade da reprodução nas meninas. O aumento do testículo e também do pênis, vão determinando a chamada maturação sexual. O pediatra ou o especialista em adolescente, avalia se o crescimento, e se o ritmo da maturação sexual, está em compatibilidade com a normalidade e se o o adolescente terá o crescimento esperado e sem problemas.

O pediatra, que vem acompanhando todos os aspectos de prevenção e de recuperação de todas as doenças na infância, está capacitado a seguir o atendimento de prevenção e orientação ao adolescente. No entanto, as características especiais desta idade determinam a necessidade de treinamento específico. Ainda assim, muitas outras especialidades fazem atendimento ao adolescente, como o ginecologista, que pode atender a jovem, o endocrinologista, que pode acompanhar os distúrbios hormonais do crescimento e outros.

O papel do pediatra hebiatra

Na verdade, somente um profissional acompanha TODOS os aspectos deste período. E aparece o especialista em adolescente, o pediatra hebiatra. Este nome vem de Hebe, a deusa grega da juventude. São profissionais treinados, com título de especialista, e preparação multidisciplinar para o atendimento a um público muito especial.

No nosso próximo texto vamos discutir um pouco as características comportamentais do adolescente e como ele deixou de ser atendido de forma adequada no sistema de saúde do nosso país e como iniciativas importantes dentro das faculdades de medicina e consultórios estão corrigindo este problema.

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(Heitor Feitosa/VEJA.com)

 

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