Efeitos corrosivos da inflação na mesa
Não há perspectiva de queda de preços de alimentos, mas o efeito corrosivo da inflação na mesa poderia ter sido atenuado se existissem estoques reguladores
Os preços dos alimentos subiram 12,5% nos 12 meses até setembro, segundo o IBGE.
É muito mais que a inflação média do período, de 10,2%.
Na percepção das famílias pobres (80% do eleitorado) o impacto inflacionário é muito maior nas contas domésticas, porque somam-se, também, a alta na eletricidade, no gás de cozinha e em produtos de higiene e limpeza.
Não há perspectiva de queda de preços até o final do ano, mas o efeito corrosivo da inflação na mesa dos eleitores poderia ter sido atenuado se existissem estoques reguladores de alimentos básicos.
No entanto, os estoques reguladores de arroz, feijão e milho da estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estavam drasticamente reduzidos em setembro. O armazenamento de feijão, por exemplo, chegou ao zero absoluto.