A pouco conhecida Rabo-de-Cotia, um extraordinário arbusto brasileiro
Daquelas coisas frugais que fazem a vida de um jardineiro valer cada minuto: estamos no meio do outono, época de floração de uma das mais belas plantas da flora brasileira. Trata-se da Stifftia chrysantha – vulgo diadema ou rabo-de-cotia (não me pergunte a razão do nome: se tem uma coisa que o bicho em questão parece não […]
Daquelas coisas frugais que fazem a vida de um jardineiro valer cada minuto: estamos no meio do outono, época de floração de uma das mais belas plantas da flora brasileira. Trata-se da Stifftia chrysantha – vulgo diadema ou rabo-de-cotia (não me pergunte a razão do nome: se tem uma coisa que o bicho em questão parece não ter ou não faz questão de exibir é justamente essa parte do corpo).
Arbusto ou árvore pequena de folhagem sempre verde, a Stifftia se cobre toda de pompons muito vistosos e de aparência refinada nesse momento do ano. Cada uma de suas bolas com aspecto peludo exibe tons que vão do amarelo-pálido ao vermelho-alaranjado. A presença de flores novas e mais desenvolvidas ao mesmo tempo confere ao conjunto um impacto único no paisagismo. Suas flores também são duráveis e, portanto, se prestam muito bem para criar arranjos de beleza sutil.
Típica da Mata Atlântica, a Stifftia é relativamente rústica, mas aprecia ambientes de sombra e meia-sombra com bom nível de umidade no ar. Seu crescimento é lento e quase não se acham mudas à venda por aí. Mas a aposta compensa: eis uma daquelas plantas que garantem a nobreza e a personalidade de qualquer jardim, em especial os pequenos espaços sombreados e intimistas. É possível detectar uma ou outra Stifftia, aliás, nos jardins antigos e até nas calçadas de cidades como São Paulo.
Curiosidade: além da variedade comum, de cor alaranjada, existe uma espécie afim roxa. Mas a Stifftia grazielae é ainda mais rara de encontrar – e de cultivo bem mais desafiador, pela lentidão e fragilidade.
(Imagens: reprodução e acervo particular de Marcelo Marthe)