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The Walking Dead – 6ª Temporada – O Final da Midseason

Por Isabela Boscov Atualizado em 30 jul 2020, 23h59 - Publicado em 30 nov 2015, 16h04

Em uma palavra: méhhh.


Pessoal, cuidado: SPOILERS aos montes neste texto.


Como qualquer outra pessoa que assiste a TWD, eu adoro o Glenn, e me doeu muito perdê-lo alguns episódios atrás. E então começa o episódio 8, e o que se vê? Que aquelas vísceras que os zumbis estavam devorando não eram, na verdade, dele: eram do Nicholas, que caiu por cima dele; Glenn estava vivo e saudável, e só um pouquinho desidratado. Esse é o tipo de trapaça de que TWD, até aqui, poupava o público: o enquadramento safado, feito para enganar, e sobretudo a leviandade no trato com o destino de um protagonista.

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Desde seu início, TWD – assim como Game of Thrones – mostrou que não teria dó nem piedade e qualquer personagem, fosse ele coadjuvante ou central, detestado ou adorado, estava sujeito a um fim prematuro. Eliminar personagens como Hershel, Shane ou Beth é sempre uma decisão delicada para os showrunners. Mas, tomada da forma correta, traz dividendos incalculáveis: eleva o nível da dramaturgia (não é preciso arrastar tramas e precipita acontecimentos), provoca respostas apaixonadas do público, renova o interesse dele e demonstra que a série está comprometida com seu tema até as últimas consequências. Por mais que eu goste de Glenn, portanto, trazê-lo de volta foi um erro.

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Um erro entre muitos desta temporada, aliás. Foi sempre uma tática ousada – e muito bem usada – de TWD terminar um episódio em um cliffhanger e então começar o episódio seguinte por uma outra história qualquer, deixando para resolver o suspense beeeem adiante. Nesta sexta temporada, experimentou-se levar esse recurso ao limite. E, ainda que eu admire o espírito empreendedor, o fato é que o resultado não apenas deixou a desejar, como causou insatisfação real – para mim, um sensação inédita em TWD. A execução foi imperita e mal calibrada e, principalmente, as tramas escolhidas não passaram nesse teste de resistência.

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No começo da temporada, postei aqui que achava improvável que a intenção de Rick ao tirar os zumbis da pedreira fosse simplesmente tocar a boiada para longe, porque essa seria uma ideia de estupidez formidável. Séculos de crônica de guerra ensinam que a primeira opção deveria ser justamente reforçar a contenção da pedreira: Rick teria as vantagens do confinamento do inimigo, do terreno mais alto e de uma redução drástica no número de variáveis a considerar. Rick & cia poderiam abater zumbis à vontade sem nunca nem se aproximarem deles. Se eu sei disso, os roteiristas sabem também – o que deixa aquele sabor inconfundível de trama forçada: é preciso que Alexandria seja posta em perigo e que todos os guerreiros sejam retirados dela, mas como?

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Nenhuma das subtramas derivadas daí foi, por consequência, totalmente convincente. Dentro de Alexandria, os roteiristas reduziram a participação de Carol e de Michonne nesta temporada a quase nada (o que é um pecado) para aumentar o tempo em cena de personagens como Spencer e Ron – cujas ações, afinal, levaram a lugar nenhum – e dar mais peso a Morgan, que teve um bom episódio solo mas torrou minha paciência em todos os outros. A metade final deste último episódio, em particular, não teve pé nem cabeça: os zumbis marchando por Alexandria e Morgan brigando pela vida de um Lobo, um monte de gente discutindo a relação e Rick tentando segurar os mortos-vivos com um colchão e um sofá, em uma das sequências mais mal filmadas de toda a série.

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O que restou de excelente nesta fase de TWD? A breve participação de John Carroll Lynch e o episódio de Enid – exatamente o tipo de coisa que TWD faz melhor (só Penny Dreadful rivaliza com ela nesses episódios fechados). E, claro, a ultimíssima cena: todos cobertos de vísceras, de mãos dadas, atravessando silenciosamente o mar de zumbis, e Sam, o garoto traumatizado, chamando “mamãe!”. Isso sim: uma cena que faz sentido, com impacto visual e drama plausível e real. Isso foi o que TWD ofereceu em cinco temporadas, mas deixou a dever nesta sexta.

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