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Por Coluna
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O garimpo da semana: The Survivalist

Um pós-apocalipse bem bacana neste filme inglês

Por Isabela Boscov Atualizado em 22 jun 2017, 02h44 - Publicado em 22 fev 2016, 16h11

No meio do mato, o sujeito vive não apenas sozinho, como está sempre sobressaltado com qualquer indício de que alguém vai descobri-lo ali. Logo de início, o vemos arrastando um corpo para uma cova ao lado de outras covas cheias – presumivelmente, de invasores que ele matou. Nada se perde: ele se aproveita dos corpos como fertilizante para o pequeno trecho de terreno cultivado, usa cascas de árvores para fazer combustível para o lampião, recolhe água da chuva, vasculha a mata em busca de qualquer coisa que possa ser comestível, guarda com extremo cuidado as duas últimas balas da sua espingarda. Este é um pós-apocalipse sem explicação e sem imagens de destruição; ao contrário, o cenário é exclusivamente silvestre. Mas a atmosfera de destruição é evocada pelo diretor Stephen Fingleton com tanta minúcia e com uma ansiedade tão aguda que é justamente na economia da encenação que está a credibilidade: seja o que for que aconteceu ao mundo, agora cada um sobrevive nele como pode, contando com o mínimo e protegendo-se ao máximo.

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Quando duas mulheres, uma bem jovem e outra com certa idade, aparecem à porta do protagonista (o nome do personagem interpretado com vividez e imensa concentração pelo ator irlandês Martin McCann nunca é dito), ele demora dias para deixar de apontar a arma para elas todo o tempo: Kathryn (Olwen Fouéré) e Milja (Mia Goth) apresentam-se como mãe e filha, pedem comida e, quando ele recusa, propõem trocar uma refeição para as duas por sexo com Milja. O plano de Kathryn é que Milja mate o anfitrião na primeira oportunidade; a área cultivada mal e mal é capaz de sustentar uma pessoa, quanto mais três. Mas, como a oportunidade demora a surgir, o trio vai estendendo a convivência em um arranjo que nunca deixa de ser inquieto e desconfortável, mas tem seus benefícios – além de acarretar certos vínculos inesperados e, por causa deles, dificuldades imprevistas. Por exemplo, o impulso de colocar a vida de uma outra pessoa acima da sua própria, que entra em jogo numa cena coreografada de maneira sensacional no meio de um campo com capim alto – e está no centro de um desfecho que é um espetáculo. The Survivalist não tem música, quase não tem diálogos e é enxuto ao ponto da avarice. Mas é tão retesado, intenso e imprevisível quanto seu protagonista.

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THE SURVIVALIST
Inglaterra, 2015
Direção: Stephen Fingleton
Com Martin McCann, Mia Goth, Olwen Fouéré, Douglas Russell

 

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