Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Isabela Boscov Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O Caçador e a Rainha do Gelo

Por Isabela Boscov Atualizado em 30 jul 2020, 22h56 - Publicado em 21 abr 2016, 19h29

Faça de conta que é só uma comédia, e o saldo termina no azul

Divulgação

Há uns poucos anos, era tanta versão “hard” de contos de fadas e congêneres chegando aos cinemas que Branca de Neve e o Caçador, embora tenha feito ótima bilheteria (Kristen Stewart estava no auge da popularidade da Saga Crepúsculo), não deixou lembranças muito marcantes. Assim como Espelho, Espelho Meu, Jack – O Caçador de Gigantes, A Garota da Capa Vermelha, Malévola e tantos outros, Branca de Neve se anunciava como uma versão crua – leia-se, sem disneyficações – dos contos de fadas clássicos. Mas, em todos os casos, essa alardeada crueza estava mais na produção (com aquela puxada para os tons escuros e o visual medievalesco) que na convicção: nenhum desses filmes teve a coragem de ir fundo nas crueldades e angústias das histórias originais. Como, porém, a onda passou, fica mais fácil apreciar o novo O Caçador e a Rainha do Gelo nos termos dos seus próprios méritos – ou deméritos. E, surpresa, me diverti mais do que esperava.

Divulgação

Continua após a publicidade

O Caçador e a Rainha do Gelo se aproveita de forma meio marota de Branca de Neve: sua primeira metade é um prólogo ao filme de 2012; sua segunda metade é uma espécie de continuação – e as duas metades são completamente distintas entre si na pegada. Na primeira história, de tom dramático, vê-se como Freya (Emily Blunt) foi traída por sua irmã, a rainha má Ravenna (Charlize Theron): para libertar os poderes mágicos de Freya, Ravenna rouba à sua doce irmã tudo que ela ama – e a transforma num monstro com coração de gelo, que rapta crianças para formar, com elas, um exército implacável. No reino de Freya, quem ama é punido com a morte. E é óbvio que justamente os dois melhores soldados da rainha do gelo, o garoto Eric e a menina Sara, se apaixonam desde o primeiro instante em que se veem. Depois de anos de segredo, eles decidem fugir dos domínios gelados de Freya. Mas são surpreendidos pela rainha, que os castiga de forma terrível: ela faz Sara (Jessica Chastain) acreditar que Eric (Chris Hemsworth) a abandonou, e faz Eric achar que Sara morreu.

Divulgação

Aí, no meio, se encaixaria a história de Branca de Neve e o Caçador: o público é informado de que Eric, andando solitário pelo mundo, ajudou a princesa a destruir sua madrasta Ravenna e a recuperar seu reino das garras dela. Mas, anos depois, uma espécie de malefício se faz sentir de novo no reino, e tudo indica que é do espelho mágico que ele vem. Cabe a Eric dar fim ao espelho de uma vez por todas – e é aí, nessa segunda metade, cômica e brincalhona, que O Caçador e a Rainha de Gelo é um filme mais bem-sucedido que o de sua primeira metade e também que o de 2012. Apesar do sotaque incompreensível que deram a Chris Hemsworth (uma coisa que dói nos ouvidos e, supostamente, seria um sotaque céltico), ele não só é sempre um herói de ação convincente, como vem se revelando também um bom comediante, em particular quando zomba de si mesmo. (A quem ainda não viu as participações dele no Saturday Night Live, recomendo: já para o YouTube). Andando pelo reino com um quarteto de anões que o atrapalha bem mais do que ajuda (Rob Brydon, Nick Frost, Sherida Smith e Alexandra Roach, todos excelentes), Eric passa por um vexame atrás do outro, reencontra Sara (bem viva, e louca da vida com ele) e descobre que não matou Ravenna muito bem matada – porque seria um pecado tirar de Charlize Theron uma última oportunidade de chutar o balde.

Continua após a publicidade

Divulgação

O saldo final é, sim, altamente irregular. A primeira metade é linda, mas não acrescenta nada de novo ao gênero; Emily Blunt, apesar de ser uma das personagens-título, está apagada; e Jessica Chastain e Chris Hemsworth definitivamente não têm a menor química. Mas eu diria que, ainda assim, a conta termina no azul: tudo que falta de faísca ao par central sobra a Hemsworth e os anões, em particular Rob Brydon; e a comédia nonsense da segunda metade é deliciosa (lembra muito o imperdível e indispensável A Princesa Prometida, de Rob Reiner, que está disponível no Netflix). E, claro, confesso: vai ser difícil alguém me pegar reclamando de passar uma hora e meia olhando para Chris Hemsworth. Nem que eu tenha que ouvir aquele sotaque horrível que ele arrumou.


Trailer

Continua após a publicidade

O CAÇADOR E A RAINHA DO GELO
(The Huntsman: Winter’s War)
Estados Unidos, 2016
Direção: Cedric Nicolas-Troyan
Com Chris Hemsworth, Charlize Theron, Emily Blunt, Jessica Chastain, Rob Brydon, Nick Frost, Sheridan Smith, Alexandra Roach, Sope Dirisu, Sam Claflin, Conrad Kahn, Niahm Walter
Distribuição: Universal

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.