“Alfa”: na Era do Gelo, o primeiro encontro entre um menino e seu cão
Visual deslumbrante compensa diálogos ruins, em dublagem sofrível. E o lobinho, esse é fora de série
Há quem prefira os gatos, mas tenho para mim que esse é mais um encontro de mentes – ou de personalidades – do que uma relação verdadeiramente atávica, como a que existe entre os homens e os cães. Essa é a ideia de Alfa: imaginar como teria se desenvolvido essa amizade inter-espécies tão especial. O garoto Keda sofre um acidente na sua primeira caçada ao bisonte, na Europa de 20 000 anos atrás, e é dado como morto. Ao recobrar os sentidos, começa sua longa volta para casa, na companhia de início ameaçadora, e depois cada vez mais plena, de Alfa, um lobo ferido do qual cuidou. Kodi Smit McPhee, que interpreta Keda, teve de cultivar um relacionamento de fato com Chuck, o híbrido de lobo e cão que é seu companheiro de cena. As locações na Islândia, no Canadá e na Califórnia são deslumbrantes, e a intervenção da computação gráfica aprofunda a sensação de um planeta que ainda não começou a ser moldado pela presença humana – para o que contribui também o formato esticado de 65 mm, ideal para vistas amplas. Os diálogos soam falsos, e poderiam ter sido dispensados – mas Chuck/Alfa é irresistível, e saí não só encantada com ele e com o visual, mas também com uma senhora inveja de Kodi/Keda.
Assista aqui o video com a resenha: