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“Tinder da reciclagem” conecta descarte de resíduos a catadores

Aplicativo Cataki disponibiliza informações de acordo com a localização e foi premiado em Paris

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 dez 2018, 19h11 - Publicado em 3 dez 2018, 15h15

Em média, um brasileiro gera 400 quilos de resíduos por ano. Menos de 20 quilos desse total é reciclado.

Na falta de um ponto de coleta, o que fazer com o volume que foi gerado?

Uma das possibilidades é o aplicativo Cataki. A plataforma inclui o descarte de alumínio, vidro, papel, plástico, metal, óleo, eletrônicos, baterias, móveis, entulhos, entre outros.

O conceito é parecido com o do Tinder, o aplicativo de paquera para marcar encontros românticos. No caso do Cataki, o recurso da localização é usado para mostrar quais catadores cadastrados na plataforma estão mais próximos do usuário quando a busca é feita.

Mapa do aplicativo Cataki (Cataki/VEJA.com)

Cada carrocinha roxa equivale a um perfil cadastrado. Ao selecionar uma delas, o aplicativo mostrará as informações do catador.

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A conversa não acontece automaticamente pela plataforma. Nesse caso, ao contrário do Tinder, quem precisa descartar os materiais recicláveis tem que ligar para o número de telefone disponível no perfil e combinar o horário e o local de encontro diretamente com o catador.

Ao mesmo tempo, as informações sobre os trabalhadores mostram um pouco desse universo tão desvalorizado no Brasil. Há espaço para uma frase pessoal e um pouco da história de vida. Alguns exemplos: “um catador faz mais do que um ministro do meio ambiente!”, “apesar de tudo o que ocorre em sua vida, sempre se esforça ao máximo para conseguir materiais para ganhar dinheiro, pelo mais difícil que seja”, e “é catador há um ano, era pintor, mas não estava dando para cobrir os gastos, a falta de respeito na rua é muito triste, seu estado financeiro melhorou um pouco após mudar o seu trabalho”.

Quando cadastrados, eles podem ter um adesivo com a logo do Cataki colado na carroça ou um grafite na estrutura, além da marca da plataforma. Segundo o Pimp My Carroça, ONG que criou o aplicativo, desde 2012 há um trabalho em prol do reconhecimento dos catadores com a reforma da carroça e o convite a grafiteiros para colocarem sua arte em carroças. Além disso, a ONG entrega um kit de segurança para o catador, com itens como luvas de borracha, retrovisor e fitas refletivas.

Desde o lançamento do aplicativo, as carroças reformadas ganham o adesivo do Cataki como forma de divulgar a plataforma. Existem catadores que não estão cadastrados e possuem carroças com o adesivo, e alguns não possuem adesivos e estão cadastrados.

Um dos perfis no aplicativo Cataki (Cataki/VEJA.com)

Qualquer pessoa pode fazer o novo cadastro de um catador. O registro é feito pelo site, e não pelo aplicativo.

De acordo com dados do site do Cataki, os catadores coletam cerca de 90% de tudo que é reciclado no Brasil e sobrevivem com a venda desses materiais. Plástico e papelão, por exemplo, valem cerca de 20 centavos por quilo, e o vidro 5 centavos por quilo. No Brasil, existem 800 000 catadores. No Cataki, aproximadamente 1 000 estão cadastrados.

Além de fazer o descarte correto de materiais recicláveis, quem usa o aplicativo gera outra fonte de renda para os catadores com a contratação do serviço. Os valores são acertados na hora de combinar a coleta.

Em fevereiro deste ano, o aplicativo ganhou o prêmio de inovação do fórum Netexplo, realizado na França, na sede da Unesco, concedido a projetos de tecnologia com impacto social e nos negócios. A premiação avaliou 2 000 projetos. O Cataki foi lançado em julho de 2017 e tem catadores cadastrados em mais de 150 municípios brasileiros. São Paulo, Recife e Rio de Janeiro são os três que lideram em número de catadores cadastrados.

 

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