Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Felipe Moura Brasil Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
Continua após publicidade

Sérgio Moro destrói teses governistas de Cardozo, OAB, Noblat e Kennedy em despacho pela prisão de empreiteiros. Jornal Nacional ignora encontra secretos

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h05 - Publicado em 19 fev 2015, 04h28
brasil-juiz-sergio-moro-baixa-20141205-002-size-598

O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato

Além do ex-assessor do PT Kennedy Alencar, a OAB e Ricardo Noblat defenderam José Eduardo Cardozo ignorando que, em encontro secreto com advogados de empreiteiras enroladas com a Operação Lava Jato, o “ministro da Justiça” desaconselhou a delação premiada para os executivos presos, claramente a fim de evitar que eles entregassem Lula e Dilma.

Os petistas da OAB transformaram a tentativa de sabotagem das investigações em “obrigação de respeitar uma das prerrogativas do advogado”: a “de ser recebido por autoridades de quaisquer dos poderes para tratar de assuntos relativos a defesa do interesse de seus clientes”.

Noblat afirmou, nessa linha, que “um ministro de Estado é um servidor público” e “a porta do seu gabinete deve estar sempre aberta para receber quem lhe pedir audiência”. De quebra, chamou de leigo quem vê “comportamento suspeito” de Cardozo e acusou Joaquim Barbosa de “oportunismo político” por exigir sua demissão, como se a VEJA não tivesse revelado ainda que Cardozo falou em “costura de um acordo para que todos se safem”. As omissões providenciais do sermão no Globo, que termina com um bisonho “Sossegue!”, indicam apenas que Noblat nunca digeriu a representação de Barbosa contra ele por injúria, difamação e preconceito racial.

Já o próprio Cardozo disse à Folha que condenar o fato de ele ter-se reunido com advogados de empreiteiras do petrolão é coisa da ditadura, como se fosse tolerável na democracia um ministro da Justiça tentar boicotar a Justiça. Felizmente, seus encontros secretos levaram o juiz Sérgio Moro a decretar nova ordem de prisão preventiva contra o executivo da UTC Ricardo Pessoa e três da Camargo Corrêa: Eduardo Hermelino Leite, Dalton Avancini e João Auler.

O Jornal Nacional, bisonha e bovinamente, noticiou apenas a negação da liberdade dos quatro empreiteiros sem apontar os motivos nem citar o nome de Cardozo:

Continua após a publicidade

“O juiz Moro considerou que houve novos indícios. Eles foram incluídos no processo. E observou também que há provas de que as empresas continuaram a pagar propina mesmo depois do início da operação”, limitou-se a dizer William Bonner.

Os “novos indícios” são as tentativas das empreiteiras de interferir nas investigações por intermédio de políticos. O despacho de Moro aponta isso e, embora nem mire em outros alvos por ora, ainda destrói as teses governistas de Cardozo, Kennedy, OAB e Noblat:

1) “Existe o campo próprio da Justiça e o campo próprio da política. Devem ser como óleo e água e jamais se misturarem. A prisão cautelar dos dirigentes das empreiteiras deve ser discutida, nos autos, perante as Cortes de Justiça.”

2) “Intolerável que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas. Mais estranho ainda é que participem desse encontros, a fiar-se nas notícias, políticos e advogados sem procuração nos autos das ações penais.”

3) “Não socorre os acusados e as empreiteiras o fato da autoridade política em questão ser o ministro da Justiça. Apesar de a Polícia Federal, órgão responsável pela investigação, estar vinculada ao ministério, o ministro da Justiça não é o responsável pelas ações de investigações.”

Continua após a publicidade

4) Joaquim Barbosa “bem definiu a questão ao dizer que, se você é advogado em um processo, deve recorrer ao juiz, nunca a políticos”.

5) “A mera tentativa por parte dos acusados e das empreiteiras de obter interferência política em seu favor no processo judicial já é reprovável, assim como foram as aludidas tentativas de cooptação de testemunhas, indicando mais uma vez a necessidade da preventiva para garantir a instrução e a aplicação da lei penal e preservar a integridade da Justiça contra a interferência do poder econômico.”

Perfeito. Os empreiteiros têm de ser mantidos presos. Cardozo tem de ser demitido. OAB, Kennedy e Noblat têm de ser expostos para que o público saiba quem são.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

Siga no Twitter, no Facebook e na Fan Page.

Continua após a publicidade

* Os comentários de terça e quarta aqui no blog serão moderados nesta quinta.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.