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As mentiras do Globo sobre o desarmamento – e dois vídeos fundamentais

O jornal O Globo está em campanha pelo desarmamento da população brasileira. Duas semanas atrás, publicou o editorial “Governo prejudica programa de desarmamento“, repudiando talvez o único efeito positivo do ajuste fiscal de Dilma Rousseff: o corte de publicidade do programa de recolhimento voluntário de armas. Como o governo não tem dinheiro para a publicidade, […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 01h15 - Publicado em 1 jun 2015, 21h54

O jornal O Globo está em campanha pelo desarmamento da população brasileira.

Duas semanas atrás, publicou o editorial “Governo prejudica programa de desarmamento“, repudiando talvez o único efeito positivo do ajuste fiscal de Dilma Rousseff: o corte de publicidade do programa de recolhimento voluntário de armas.

Como o governo não tem dinheiro para a publicidade, O Globo assumiu esse papel e publicou nesta segunda-feira o editorial “Princípio indiscutível“, dando por encerrada a discussão.

Os dois “argumentos” centrais, no entanto, são embustes que já haviam sido desmascarados pelo especialista em Segurança Pública Bene Barbosa, com a ajuda do dr. Luís Fernando Waib, um epidemiologista com grande conhecimento em análise de dados e estatísticas.

O que faz o jornal?

1) Atribui à adoção do Estatuto do Desarmamento em 2003 a suposta queda no índice de homicídios entre 2004 e 2012;

2) Afirma que 160 mil vidas, segundo o Mapa da Violência, ou 120 mil, segundo o Ipea, foram poupadas graças ao endurecimento da legislação.

Pois bem. Este é o gráfico dos homicídios no Brasil:

120_graficoReproduzo abaixo o estudo de Bene Barbosa, também coautor do livro “Mentiram para mim sobre o desarmamento”, seguido do vídeo do programa Bom Dia ES, em que ele humilhou, embora com elegância, a “especialista” Marcia Rodrigues, da UFES.

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1. Desde 1996, há uma tendência de elevação na violência (traduzida pela crescente taxa de homicídios por 100.000 habitantes), em paralelo à tendência de elevação da taxa de homicídios por armas de fogo (também em eventos por 100.000 habitantes).

2. Entre 1999 e 2004 há um desvio desta curva que sugere uma incidência anormal de homicídios por arma de fogo. É preciso examinar com mais profundidade (“quebrar” os dados e contextualizar com os demais fatores que interferem nos índices) para determinar causas prováveis.

3. No entanto, como todo ‘surto’, este também mostrou sua tendência do retorno à média. Neste caso, não exatamente à média, mas à tendência histórica.

4. A partir de 2005, a curva retoma o crescimento anterior, até 2011, quando vemos nova inflexão para cima (2012). Não há dados disponíveis nos sistemas consultados para avaliar este novo fenômeno, mas o foco prioritário desta análise é o primeiro.

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5. Em hipótese nenhuma, observa-se queda da taxa de homicídios após o advento do desarmamento, que, se existisse, se mostraria como uma queda progressiva da violência a partir de 2004 e assim se manteria até hoje, uma vez que o mesmo se encontra em plena vigência e como já dissemos, a partir de 2005 os homicídios voltaram a crescer.

6. É falsa, portanto, a afirmação de que mortes foram prevenidas pelo advento do desarmamento – em primeiro lugar porque a curva de incidência iniciou seu retorno à média antes dos efeitos do desarmamento, mas principalmente porque a projeção da curva não pode ser feita a partir de um período de “surto”, mas sim do período endêmico da série histórica.

7. A curva da taxa de homicídios é, durante toda a série histórica, paralela à curva de homicídios por arma de fogo. Se tivesse havido uma inflexão para baixo da curva da taxa de homicídios a partir de 2004 (quando efetivamente se iniciou o recolhimento de armas de fogo), poderíamos depreender que o desarmamento provocou uma redução gradual e constante da violência. Tivesse havido manutenção da curva de homicídios, mas redução da curva de homicídios por arma de fogo, poderíamos depreender que a violência se manteve, mas mudou de método. A conclusão aqui é que o desarmamento foi ineficaz, seja para reduzir a violência, seja para mudar a participação das armas de fogo nestes eventos.

8. Por fim, o crescimento constante da participação das armas de fogo nos homicídios (de 59% em 1996 para 71% em 2012) mostra que não só o poder público impediu o uso legítimo de armas de fogo pelo cidadão, mas falhou na redução da disponibilidade destas armas para os criminosos.

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Após essa mais aprofundada análise, concluímos que nenhum estudo sério no mundo projeta taxas de homicídios como ferramenta de medição de eficácia de políticas de segurança pública. A queda pontual dos homicídios com utilização de armas foi acompanhada na mesma proporção pela queda dos homicídios com a utilização de outros instrumentos ficando assim comprovado que não existe relação com as restrições trazidas pelo estatuto do desarmamento.

Por mais que tentem, forcem, espremam e torturem os dados, não há o menor indício que aponte para uma possível eficácia do desarmamento na redução da criminalidade violenta simplesmente porque isso não aconteceu. Quem assim o faz, mente desesperadamente na tentativa de não ver aprovado o PL 3722/2012 de autoria do deputado federal Rogério Peninha Mendonça que devolve ao cidadão o direito de se defender na total ineficácia do Estado de fazê-lo minimamente.

O desarmamento fracassou, continuará fracassando e o Brasil, de mentiras em mentiras, vai se consolidando como o país do faz-de-conta.”

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Sobre o desarmamento nos Estados Unidos, Bill Whittle refuta todas as mentiras no vídeo abaixo:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=sKc10A4c028?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&w=620&h=349%5D

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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