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A chapa esquenta com delação de Vaccari. Veja os cenários possíveis

Blog analisa discursos, objetivos e hipóteses em jogo no xadrez político, eleitoral e criminal

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 22h32 - Publicado em 11 jun 2016, 15h46

* Atualização de 18h: transformei este post no vídeo que segue:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=XoQyGTIb3Lg?feature=oembed&w=500&h=375%5D

Revelada por VEJA, a decisão de João Vaccari Neto de fazer delação premiada pode levar à cassação do mandato de Dilma Rousseff pelo Tribunal Superior Eleitoral.

O ex-tesoureiro do PT tem documentos e provas sobre a campanha de 2014 que podem sacramentar de vez o destino da mulher sapiens e decerto teria muito a dizer sobre Lula, mas o líder do PT na Câmara, Afonso Florence, o visitou e saiu mais calmo, acreditando que Vaccari pode prestar depoimentos calculados e detonar explosões com efeito controlado para provar a “ilegitimidade” do governo Temer.

Este blog resume os cenários possíveis.

Lula Dilma Vaccari

Sem poupar os “chefes”, ok?

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Cassação da chapa:

PT se desgasta com a comprovação da roubalheira eleitoral, mas se livra de Dilma Rousseff e torce para que o TSE casse o mandato de Michel Temer também. Com isso, novas eleições são convocadas e Lula lança candidatura para tentar driblar o desgaste da legenda com o apelo de líder populista que lhe resta.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já recomendou ao STF que a denúncia contra Lula pela tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró desça para o juiz Sergio Moro, mas, se Lula for eleito antes de ser preso, poderá tentar melar a Lava Jato com o eventual auxílio de outros políticos investigados.

O problema para o PT é que o ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar Mendes, já apontou jurisprudência capaz de livrar Temer.

O ex-governador de Roraima Ottomar Pinto era julgado por crime eleitoral, mas morreu durante o processo; e o vice que assumiu o cargo acabou inocentado, porque o tribunal entendeu que o responsável pelas contas é o titular da chapa.

A menos que Vaccari implique diretamente Temer, portanto, o governo atual poderia sobreviver à cassação de Dilma, o que obrigaria o PT a esperar as eleições de 2018.

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O problema para o PT é que Temer e a cúpula tucana esboçaram durante jantar um pacto de aliança comandada por PMDB e PSDB para isolar o PT nas eleições.

“Em troca do apoio, agora sem disfarces, dos tucanos ao governo, o PMDB se engajaria no projeto do PSDB — seja quem for o candidato a presidente”, informou o Radar de VEJA.

“Temer e Aécio Neves trocaram até um abraço emocionado na saída do Jaburu.”

O discurso malandro:

Afastada mas ainda não “impichada” nem cassada, Dilma defende plebiscito para convocação de eleições.

O discurso tem vários objetivos:

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1) Desgastar o governo Temer, como se fosse ilegítimo;

2) Reverter votos de senadores como Cristovam Buarque, que votaram a favor do afastamento da petista, mas preferem eleições gerais;

3) Precaver-se para o cenário de voltar ao governo, mas não ter condições de garantir sua sustentação política e/ou sentir que será cassada;

4) Garantir a si própria, no mínimo, certo tempo de governo entre a eventual volta e a eventual eleição – já que o povo teria de votar se quer ou não o pleito e seria necessária a aprovação de uma PEC para realizá-lo –, o que lhe permitiria, neste meio-tempo, desfazer uma série de medidas de Temer;

5) Afetar zelo pela democracia sob a bandeira popular da eleição, mesmo que não prevista em lei.

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6) Amenizar o desgaste do PT para as eleições municipais deste ano.

O que o discurso omite?

Que, uma vez no governo, Dilma poderia ignorar o que ela própria disse, como já fez tantas vezes, e seguir no posto, caso o eventual cenário lhe permita.

Cristovam Buarque passaria atestado de tonto por acreditar nela, mas não é só a promessa de eleição que o deixa hesitante: sua base eleitoral é, em boa parte, formada por petistas, que, em tese, cobram do senador de esquerda o voto contrário ao impeachment.

A votação

Eliseu Padilha, que acertou a previsão na votação da Câmara, afirmou no Twitter que o governo Temer já tem entre 58 e 60 votos no Senado pelo impeachment de Dilma (são necessários 54) e que o número ainda pode aumentar até o momento da votação.

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A margem anunciada, portanto, garante o afastamento definitivo da petista, mesmo que Cristovam mude de lado e que Romero Jucá e Renan Calheiros sejam presos ou afastados até lá.

Segundo o Estadão, no entanto, há sete “indecisos”. Eis os nomes e e-mails para quem quiser ajudá-los a decidir:

– Cristovam Buarque (PPS-DF) – cristovam.buarque@senador.leg.br

– Romário (PSB-RJ) – romario@senador.leg.br

– Roberto Rocha (PSB-MA) – robertorocha@senador.leg.br

– Eduardo Braga (PMDB-AM) – eduardo.braga@senador.leg.br

– Acir Gurgacz (PDT-RO) – acir@senador.leg.br

– Elmano Férrer (PTB-PI) – elmano.ferrer@senador.leg.br

– Eduardo Lopes (PRB-RJ) – eduardo.lopes@senador.leg.br

******

O fantasma de Celso Daniel

Segundo a VEJA, Vaccari disse o seguinte a outros detentos da Lava Jato em março do ano passado, antes de ter decidido pela delação:

“Não posso delatar porque sou um fundador do partido. Se eu falar, entrego a alma do PT. E tem mais: o pessoal da CUT me mata assim que eu botar a cara na rua.”

Pelo visto, quem conhece sabe do que essa gente é capaz.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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