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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Professores e o futuro da educação

Para um sistema de ensino dar certo, os professores devem ser recrutados entre os melhores jovens de sua geração - pelo menos entre os 30% melhores.

Por João Batista Oliveira 16 jul 2019, 13h27

Professores constituem o calcanhar de Aquiles de qualquer sistema educacional. O Brasil não consegue lidar de forma adequada com a questão. Quanto mais mexe, piora. Nos últimos dias, eles voltaram à pauta. Na Câmara dos Deputados, discute-se a respeito de aposentadorias especiais. Também na Câmara, entre outras, a proposta de aumentar de 60 para 70% o mínimo de despesas com professores. No MEC, mais um programa para “capacitar os professores”. E os “especialistas” continuam a promover a “valorização dos professores”, criar mais mecanismos formais de “certificação” e lutar pela consecução das economicamente inviáveis metas do PNE – o Plano Nacional de Educação. Nada disso irá melhorar o ensino. E todos ignoram o buraco de bilhões de reais devido aos atuais e futuros professores aposentados das redes estaduais e municipais de ensino.

As evidências são claras: para um sistema de ensino dar certo, é preciso que os professores sejam recrutados entre os melhores jovens de sua geração – pelo menos entre os 30% melhores. No Brasil, recrutamos entre os que se situam próximos ou abaixo da média do ENEM – mesmo os 10% melhores nas disciplinas de seus cursos de licenciatura têm notas muito inferiores aos 10% melhores alunos de cursos como economia nessas mesmas disciplinas (leia aqui post do pesquisador Guilherme Hirata sobre esse tema). Insistimos em formar professores com currículos e em instituições totalmente inadequados. Torramos bilhões de reais em capacitações inócuas, e o “Compromisso Nacional pela Educação Básica”, lançado no dia 11 de julho, se compromete a errar mais na mesma direção.

Por que erramos tanto? Por que governantes, especialistas, ONGS, jornalistas e tantas pessoas aparentemente sensatas se recusam a enxergar o problema? Por que nos damos ao luxo de promover causas que comprovadamente vão comprometer ainda mais encontrar soluções viáveis – em nome de uma ambígua e melíflua “valorização do professor”?

Muitos perguntam: qual é a solução? Certamente que não existe uma só, nem será simples. Muito menos rápida. Nem será igual para todo o país. Mas são conhecidas. Como também são conhecidos os caminhos para promover a transição.

Mas como tratar disso, se sequer conseguimos enxergar o problema? Como seria possível tratar de soluções se não partimos de um diagnóstico correto? Como avançar, se insistimos em ignorar as evidências? Para avançar, é preciso discutir com objetividade o problema, examinar as experiências de outros países e abrir espaço para conversar civilizadamente a respeito de possíveis soluções. Até lá, vamos andando de lado – a custos cada vez maiores. E, possivelmente, comprometendo os recursos das futuras gerações para pagar os erros que estamos cometendo hoje, e que poderão ser agravados com as medidas em curso. Haja pré-sal!

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