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Unir o nada a coisa alguma

A ideia de paz entre candidatos colide com o espírito belicoso do eleitorado

Por Dora Kramer Atualizado em 18 jun 2018, 11h46 - Publicado em 8 jun 2018, 06h00

Os autores da ideia de que a redução do número de pretendentes resolve o problema da eleição a presidente estariam sofrendo de grave déficit de audição e visão ou teriam perdido de vez a capacidade de percepção da realidade, enfurnados que estão nos escombros do mundinho político ora em desmonte?

Sim, porque é de perguntar que parte do mau humor do eleitorado suas excelências não compreenderam para achar que o tal projeto paz e amor por si só teria o condão de angariar apoios e despertar entusiasmo por aquele ou aquela que viesse a se beneficiar da renúncia dos colegas.

Digo isso mais fortemente em relação aos proclamados centristas que resolveram enfrentar o destampe da panela de fúria acumulada com um manifesto (“Por um polo democrático”) anódino, cujo lançamento não atraiu nem os principais supostamente interessados, os pré-candidatos, muito menos atrairá o eleitor com seus dezessete princípios integrantes de um rol de obviedades: “luta contra a corrupção”, “defesa da liberdade e da democracia”, “busca incansável do equilíbrio fiscal”, e por aí vai.

Nesse campo os signatários incluem sete pretendentes que, juntos, somam pouco além de 10% das intenções de voto e uma substancial rejeição. No cenário de hoje estariam unindo o nada a coisa alguma. Do lado da esquerda há uma proposta de unidade igualmente sem efeitos práticos. Lula não desiste da anticandidatura modelo exportação, Ciro Gomes não tem razão para se mexer e a dupla Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila não influi nem contribui no quesito densidade.

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Além do mais, ninguém vai desistir em favor de ninguém por honra da firma. Ainda que desistam, não está nisso o xis da questão, e sim no fato de que nenhum deles sabe como inspirar o eleitorado que lhes provoca temor, alimenta a covardia e elide a coragem para disputar a Presidência com mais vontade de acertar que medo de errar.

Daí deixam o caminho livre para truculentos e idiotas assertivos, cuja principal habilidade está na arte de enganar. Já vimos esse filme algumas vezes e deveríamos nos ocupar em evitar reprises, uma vez que sabemos muito bem quem morre no final.

A Copa de fora — Talvez seja cedo para comemorar, mas a poucos dias do início da Copa do Mundo é de saudar a ausência de um tema recorrente neste nosso Brasil em que o Mundial coincide com a eleição presidencial. De quatro em quatro anos, com a proximidade dos jogos, vinha lá a dúvida atroz: qual será a influência do desempenho da seleção sobre o resultado das eleições?

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Pior que ouvir a pergunta em toda parte era conviver com as respostas de especialistas em verdades inexistentes, que desenvolviam elaborados raciocínios sobre a relação entre bolas jogadas em julho e votos dados em outubro. Causa e efeito díspares entre si: em 1994 o Brasil ganhou, mas quem elegeu Fernando Henrique foi o Plano Real; em 1998 perdeu, e FH se reelegeu; em 2002 ganhou, e venceu a oposição, com Lula; perdeu os três campeonatos seguintes, e o governo venceu todas as eleições.

Se o assunto não voltar, teremos tido uma bobagem a menos para nos atormentar.

Publicado em VEJA de 13 de junho de 2018, edição nº 2586

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