No pronunciamento em rede de televisão e rádio feito ontem à noite, o presidente Jair Bolsonaro procurou atingir três objetivos. Demonstrar senso de responsabilidade social, ao sugerir o “adiamento” das manifestações marcadas para o próximo domingo, foi um deles.
O outro foi tomar a iniciativa e, portanto, a liderança de um processo natural de esvaziamento dos atos em decorrência do medo de aglomerações devido ao risco de contágio do novo vírus, evitando, assim, contabilidades desfavoráveis a ele.
O terceiro coelho que Bolsonaro procurou matar veio na forma da frase segundo a qual “um forte recado já foi dado ao Congresso”. Com ela quis manter acesa a chama da mobilização da militância. Conseguiu arrefecer as críticas à posição anterior de considerar a crise do corona vírus produto da “fantasia da grande imprensa” e ainda posar de bacana, coisa rara em seus métodos.