São três os minutos de tempo reservado ao presidente Jair Bolsonaro na reunião da Cúpula do Clima que começa nesta quinta-feira, 22, por iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. É impossível que Bolsonaro reitere suas posições retrógradas em relação ao manejo do meio-ambiente. Muito mais provável que tente se reposicionar no cenário mundial onde trafega em isolamento.
O problema é que três minutos, por mais bem aproveitados que sejam, não apagam os mais de dois anos de desmandos e desmandos do governo federal na área. Dos 40 líderes participantes da reunião virtual certamente a ampla maioria vê o Brasil com maus olhos na questão ambiental, justamente pela condução oposto à pauta de um encontro como esse.
Já foi dito pela Casa Branca e adjacências que não serão aceitas promessas vãs nem pedidos de ajuda financeira se Bolsonaro não mostrar serviço e tomar atitudes efetivas no sentido contrário a tudo o que vem fazendo.
A dificuldade é que o que vem sendo feito representa as convicções do presidente. Traduz também a falta de noção sobre o fator correlação de forças ao imaginar que poderia impor sua agenda regressiva sem maiores consequências. Isso vale para o meio ambiente, mas vale também para o conjunto da obra bolsonarista e explica a desidratação política que enfrenta o presidente.