A reunião do presidente com os governadores e chefes do Poder Legislativo decepcionou: tanto aos que esperavam exposição das divergências quanto aos que apostavam na construção de convergências de modo a se estabelecer ações conjuntas no combate à pandemia.
Houve ali uma foto sem fato novo. Tratou-se da sanção e vetos à ajuda aos estados e municípios aprovada pelo Congresso, assunto que não dependia de reunião. Já pontos sensíveis, como a liberação da cloroquina e o isolamento social, foram abordados de maneira lateral e sutil e apenas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Pode-se argumentar que ali não era local nem momento para atritos. Está correto. Mas é certo também que as discordâncias entre Bolsonaro e governadores, ao não serem tratadas, permanecem. E, com elas, o obstáculo principal ao bom andamento dos trabalhos de enfrentamento da crise sanitária numa federação de proporções continentais.
Houve, portanto, uma mera formalidade. O problema essencial de conteúdo continua em aberto, sem solução à vista.