A farra dos gastos
De costas para o país, Temer põe o Estado a serviço dos candidatos ao Congresso
Não se pode dizer que o presidente Michel Temer tenha liberado geral no quesito gasto público para assegurar votos corporativos a candidato presidencial identificado com o governo dele. Até porque essa figura não existe, pois Henrique Meirelles cita todo prosa a passagem pelo governo Lula e limita-se a dizer que foi ministro da Fazenda “agora”, sem referência nominal ao chefe da hora, Temer.
Tampouco se pode dizer que o presidente de “agora” tenha qualquer preocupação de perder votos fora no referido nicho pelo mesmo motivo: está pessoalmente fora do jogo. Resta apenas uma explicação para o ato de irresponsabilidade fiscal que pouco ficou a dever às maléficas maluquices de Dilma Rousseff: Temer quer ajudar candidatos de sua base a amealhar apoios no setor público e, assim, contribuir para a formação de bancadas parlamentares do MDB e área de influência. Atua em prol dos interesses dos, digamos, “companheiros”.
Por esse raciocínio, o próximo (a) ocupante da Presidência que se lasque e o Brasil na mesma data. Diz Temer que fará uma transição civilizada. Acrescente-se, porém, que transmitirá ao (a) sucessor um agravamento da crise devidamente contratado.