A culpa no cartório
Não foi Olavo de Carvalho, mas Fábio Wajngarten a razão da saída de Santos Cruz
Talvez pela força do hábito de analisar as coisas na moldura de uma disputa entre Olavo de Carvalho e os militares integrantes do governo, no primeiro momento tem-se atribuído a saída do general Santos Cruz da Secretaria de Governo da Presidência a uma vitória na queda de braço do astrólogo da Virgínia. É dar a ele uma importância que já não tem. A razão da demissão foi a divergência de conceitos e métodos com o novo chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), Fábio Wajngarten.
O desfecho foi rápido, mas o desgaste na relação vinha desde a nomeação de Wajngarten, em abril. O que se avalia nas internas do Palácio do Planalto é que o chefe da Secom não é muito afeito à disciplina, atributo extremamente valorizado por Santos Cruz, e não quis se submeter às determinações do general.
Ali o que se diz é que Fábio Wajngarten empenhou-se desde o início em derrubar (é este o termo utilizado) Santos Cruz valendo-se da proximidade com os filhos do presidente Jair Bolsonaro. Apesar das notas oficiais de parte a parte não entrarem no campo da crítica, o desempenho do chefe da Secom é alvo de reparos no grupo palaciano, notadamente aquele integrado por militares, cuja avaliação é a de que a área de comunicação tem deixado a desejar em algumas atividades como, por exemplo, o acompanhamento das redes sociais, pesquisas de opinião e coordenação do trabalho dos ministérios.