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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Você sabe a eficácia de alguma vacina que já tomou na vida?

Autoridades deveriam se preocupar em explicar que vacinação é segura e que é importante todo mundo se imunizar, diz médico

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 jan 2021, 09h24

12 de janeiro, 8h25: Meu cartão de vacinação contém o registro de que tomei 12 imunizantes nos últimos anos. O mais antigo, em 1º de junho de 2006, é o de febre amarela. O mais recente, de 10 de novembro de 2018, de febre tifoide, que faço questão de receber sempre que viajo para locais inóspitos ou com alta incidência da doença. Em nenhum dos casos soube previamente a taxa de eficácia de cada vacina. Nem eu nem provavelmente ninguém que se dedique a manter em dia o comparecimento a postos de saúde. Isso até a pandemia do novo coronavírus chegar. E nos acharmos no direito de opinar sobre protocolos médicos como se cientistas fôssemos.

“As pessoas em geral sabem a eficácia de alguma das vacinas que já tomaram na vida? Focar nisso na divulgação é uma estratégia errada. Só vai gerar desconfiança sem necessidade”, diz o médico e advogado sanitarista Daniel Dourado. Não havia pensando nisso até o alerta de Dourado. Ato contínuo, pesquisei na manhã de hoje o fármaco ministrado contra a dengue e vendido a 300 reais em uma clínica particular de Brasília. Eficácia de 65,5%. Nas outras mais de 30 vacinas comercializadas no local não há informação sobre percentuais de êxito.

“O foco da comunicação deveria ser enfatizar que vacinação é fundamental e que vacinas serão dadas gratuitamente a todos. Debates para a população sobre números e dados de pesquisa clínica não me parecem ajudar no essencial. Precisamos é de campanha de vacinação”, completa Dourado. Ele, claro, não é a favor de qualquer falta de transparência sobre os produtos que estão sendo desenvolvidos durante a pandemia. Quer, porém, que o debate principal saia do universo dos números e percentuais, como se alimentássemos uma guerra pela vacina mais potente, e se detenha na conscientização dos brasileiros sobre a importância de se imunizar. Há cerca de um mês, de acordo com pesquisa Datafolha, o percentual de brasileiros dispostos a se vacinar contra a Covid-19 caiu de 89% no início de agosto para 73% em dezembro; 22% dizem que não querem tomar a vacina.

“Claro que dados são fundamentais, mas quem cuida disso é o pessoal técnico, a agência reguladora, os jornalistas e cientistas que estão acompanhando. As autoridades têm que se preocupar mais em explicar para o povo que vacinação é segura e que é importante todo mundo se vacinar”, diz ele.

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Como voluntária em busca de uma vacina anti-Covid feita a partir de um vírus enfraquecido de resfriado comum, desde o primeiro momento fui orientada a esperar uma eficácia acima de 50%, com potencial para chegar a 75%. Os cientistas mais otimistas do estudo clínico do qual sou parte vislumbram a possibilidade de eficiência na casa dos 90%, mas os dados certeiros só saberemos quando a Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, anunciar o percentual, provavelmente no final deste mês. Agências reguladoras de medicamentos exigem que qualquer vacina tenha êxito acima de 50% para poder ser utilizada.

O percentual serve para que autoridades sanitárias se programem e organizem a cobertura vacinal necessária para conter o agente causador da doença. Quanto menor a eficácia, maior deve ser a quantidade de pessoas vacinadas. Tudo para que cheguemos a percentuais próximos de 70% da população imunizada, cifra que, segundo a epidemiologista Ethel Maciel disse ao blog, seria suficiente para controlar o novo coronavírus.

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