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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Vacinados podem transmitir a doença, ainda que estejam imunes à Covid?

A hipótese foi levantada pelas próprias fabricantes das vacinas, que ainda não sabem por que é possível que pessoas imunes transmitam o novo coronavírus

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 dez 2020, 21h28 - Publicado em 9 dez 2020, 10h04

8 de dezembro, 13h29: As primeiras lágrimas começaram a cair. Um tanto quanto discretas, esbarrando nas lentes dos óculos. Sete minutos depois o choro veio sem pudor, intercalado por soluços. Diante de mim, em looping, um vídeo de Margaret Keenan, a vovozinha de 90 anos que recebeu a primeira dose da vacina da Pfizer – testada e aprovada por estudos clínicos – em um hospital da região central da Inglaterra. Com roupa de Natal e tudo, dona Margaret é a personificação da minha esperança de que demos o primeiro passo de uma jornada longa e muitas vezes tortuosa em busca de uma vacina contra a Covid. Renovo meu orgulho (imenso) de estar sendo voluntária em uma pesquisa para o desenvolvimento de mais um antígeno contra o coronavírus.

Volto ao trabalho e vejo governadores e um ministro de Estado se digladiando porque, sim, não temos nenhuma clareza de quais, quantos e quando os brasileiros receberemos imunizantes na pandemia. Neste dia 8, o FDA, a agência do Departamento de Saúde americano, publicou todos os dados submetidos pela farmacêutica Pfizer no pedido de aprovação para vacinação no país. A empresa terá uma reunião com o FDA na quinta 10, mas desde já está público o acervo apresentado às autoridades regulatórias dos Estados Unidos. O objetivo é manter a comunidade científica e a população informadas sobre os dados e evidências que os reguladores estão analisando antes de darem o ok para a vacinação. Quem me explica é a vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, Denise Garrett. Serve para que os cidadãos saibam que, quando a vacina for aprovada, o aval terá ocorrido a partir de dados científicos que podem ser consultados por todos – e não porque a vacina é amiga, inimiga, chinesa, russa ou produzida pelo Butantan.

Existem muitas dúvidas em relação às vacinas, claro, e uma pergunta ainda não esclarecida é: por que existe a possibilidade de pessoas vacinadas terem imunidade contra o coronavírus e ainda assim possuírem uma carga viral suficiente para se transformarem em vetores de transmissão da doença? Os próprios resultados da Oxford/AstraZeneca, Pfizer e Moderna listaram esta hipótese, mas não se aperfeiçoaram a ponto de explicarem em que escala e por que isso acontece. Tudo é tão recente que questionamentos mais complexos ainda serão estudados pelos laboratórios.

Dito isso, comemoremos a esperança proporcionada pela dona Margaret, mas sempre tendo em mente que não podemos sair por aí jogando fora meses de cuidados e sacrifícios. O mundo exige que não abandonemos as máscaras, o álcool em gel nem o distanciamento social.

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