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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Ter tido Covid-19 não é, necessariamente, garantia de imunidade

Pesquisa da Fiocruz é alerta para aqueles que teimam em aglomerar e aproveitar o verão normalmente

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 dez 2020, 09h16 - Publicado em 31 dez 2020, 09h08

30 de dezembro, 14h: É cada vez mais comum que nos deparemos com pessoas que já tiveram Covid-19 e que, curadas, baixam a guarda e afirmam que, pelo menos por ora, estão imunes ao vírus. Também não é mais tão raro ouvirmos relatos de pacientes que dizem terem sido reinfectados em um curto espaço de tempo, muitas vezes com sintomas mais severos na segunda vez em que a doença apareceu. No dia em que a Fundação Oswaldo Cruz anunciou que vai pedir à Anvisa o uso emergencial da vacina produzida pela parceria Oxford/AstraZeneca, me deparei com um estudo de pesquisadores da Fiocruz que tenta desvendar por que alguns infectados não desenvolveram memória para resposta imune ao coronavírus.

Coordenada pelo pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) Thiago Moreno, a pesquisa afirma que, em casos brandos ou de assintomáticos, as respostas imunes podem até ser fortes em um primeiro momento, mas não são duradouras. Isso abre uma avenida para potenciais reinfecções. Imagine agora todos os que já foram contaminados nesta pandemia e que se acham no direito de aglomerar, participar de festas de Réveillon e aproveitar normalmente as férias de verão. Não à toa cientistas estimam um início de ano trágico em todo o mundo, com enxurradas de mortes e hospitais operando em capacidade máxima.

Os pesquisadores da Fiocruz acompanharam quatro pacientes para chegar à conclusão sobre reinfecções. Todos eram assintomáticos e tiveram o diagnóstico de Covid-19 confirmado por meio de testes do tipo RT-PCR, aquele em que uma haste flexível com algodão é introduzida no nariz e na garganta para a coleta de material biológico. O que chamou a atenção dos cientistas foi o seguinte: uma das pessoas monitoradas havia contraído o vírus associado a um genoma que circulava fora do Brasil, e outra, uma estrutura viral que já havia sido detectada no Rio de Janeiro. Cerca de três meses depois, todos testaram novamente positivo para o coronavírus, e a pessoa que tinha a cepa relacionada ao caso importado agora estava infectada por um outro genótipo; aquela que tinha o vírus em circulação no Rio mantinha o mesmo genótipo, mas o vírus tinha uma série de mutações que permitiu confirmar que se tratava de uma reinfecção, e não de uma doença persistente.

Por isso, ter tido Covid-19 não é, necessariamente, garantia de imunidade. E mais: mesmo que a imunidade persistir, não se sabe ainda por quanto tempo ela consegue blindar o corpo contra a doença. Para as vacinas que todos esperamos, o futuro também não é muito certo. Embora sejam planejadas para estimular a produção de anticorpos contra o invasor, não temos conhecimento de quanto tempo conseguimos nos manter protegidos diante de um organismo que a cada dia teima em nos fazer redimensionar valores e prioridades de vida.

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