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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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O impacto de saber que um voluntário teve um efeito adverso grave

Anvisa foi informada de que um paciente brasileiro da pesquisa da Janssen apresentou, no dia 2 de janeiro, uma reação adversa grave não relacionada à vacina

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 jan 2021, 10h51 - Publicado em 9 jan 2021, 10h19

8 de janeiro, 18h04: Há quatro meses fiz a primeira pesquisa sobre o que era mielite transversa, uma manifestação neurológica rara que afeta nervos da coluna diante de uma resposta imunológica exagerada. Esse quadro clínico foi detectado em um voluntário da vacina da parceria Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 e levou à interrupção temporária da pesquisa. Naquele mesmo dia de setembro havia falado com o médico Luis Augusto Russo, pesquisador principal do estudo clínico da Janssen-Cilag, sobre meu interesse em ser voluntária no projeto científico mais importante das últimas gerações: a busca por uma vacina contra o novo coronavírus.

Especialistas dizem que pausas em estudos de vacinas, como ocorreu com os imunizantes da Oxford e da própria Johnson & Johnson após uma “doença inexplicada” em um voluntário em outubro, são comuns, mas normalmente a opinião pública e leigos não acompanham tão de perto cada passo como acontece na pandemia de Covid-19. Hoje, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi informada de que um paciente brasileiro da pesquisa da Janssen apresentou, no dia 2 de janeiro, uma reação adversa grave. A farmacêutica diz que o evento não está relacionado ao imunizante.

Se eu, como voluntária, tiver um infarto ou for vítima de violência urbana, o caso será reportado à agência reguladora como um evento adverso grave não relacionado à vacina. Não sabemos o que de fato aconteceu com aquele voluntário porque os dados de todos os pacientes são confidenciais. Ainda assim, o episódio me deprimiu. Passei o resto do dia prostrada pensando no que poderia ter acontecido e se a pessoa estava bem. Se estava viva.

Como voluntária inscrita no programa Ensemble, do braço farmacêutico da J&J, cada revés com um participante da pesquisa me afeta profundamente. Nenhum voluntário é uma ilha isolada em um momento em que cultivamos, sem nem nos conhecer, uma solidariedade conjunta e o desejo de que a pequena ação de se propor a experimentar uma vacina em testes possa ajudar a colocar a vida, transmutada em caos em 2020, de volta nos eixos.

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