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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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A fake news que venceu na pandemia

Termômetro infravermelho apontado para a testa ou para o punho?

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 fev 2021, 15h19

12 de fevereiro, 10h11: O Brasil atingiu nesta quinta-feira a trágica marca de uma morte por minuto por Covid-19. Vou repetir: uma morte por minuto. Foram 1.452 óbitos nas últimas 24 horas, o maior patamar desde julho. Reflexo do comportamento de brasileiros que insistem em acreditar que o pior da pandemia já passou, reflexo de autoridades sanitárias erráticas, que ora vangloriam a inútil cloroquina como medicamento contra o novo coronavírus ora juram de pé junto que fizeram tudo que podiam pelo Amazonas, reflexo da desorganização na compra e aplicação de vacinas na população. Somado a tudo isso, foram particularmente eficazes para chegarmos onde chegamos os negacionistas e propagadores de fake news. Tão eficazes que uma fake news específica venceu: a de que medir a temperatura na testa com um termômetro infravermelho altera a glândula pineal, responsável pelo hormônio do sono, e causa câncer.

A tese conspiratória foi tão eficiente que não tem loja, shopping ou edifício de escritórios que não coloque um funcionário para medir a temperatura das pessoas no punho. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já desmentiram centenas de vezes o suposto perigo dos termômetros infravermelhos, mas a prática de aferir a temperatura no punho (ou às vezes na dobra do cotovelo) continua.

A fake news do termômetro afirma que o laser-guia emitido pelos aparelhos entraria na pele por radiação e causaria malefícios. Na verdade, a luzinha vermelha, visível a todos nós, é de baixa intensidade e não tem poder de penetrar na pele. Outro problema: os aparelhos de medição de temperatura não emitem energia, e sim captam as ondas de infravermelho produzidas pelo próprio corpo humano e estimam a temperatura da superfície da testa.

Esses termômetros foram calibrados para medir a temperatura da artéria temporal, que passa pela lateral da testa, e não no punho, no cotovelo ou na planta da mão. Apontados para lugares que não sejam especificamente o previsto pelo fabricante, eles tendem a registrar uma temperatura errada, com o risco potencial de não detectar febre em uma pessoa que esteja infectada com o novo coronavírus.

Por isso, cada vez que um funcionário apontar o termômetro para seu punho, faça-o entender que de nada adianta medir a temperatura de qualquer parte do corpo que não a testa. Ainda teremos um longo ano de pandemia para frente. Nunca é tarde para aprender.

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