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Governo japonês faz cair à metade custo previsto para o principal estádio das Olimpíadas de Tóquio 2020

Projeto monumental de Zaha Hadid teve orçamento reduzido, lição inspiradora para o Brasil

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2020, 00h31 - Publicado em 10 set 2015, 18h44
Projeto inicial de Zaha Hadid para o estádio de Tóquio: 2 bilhões de dólares

Projeto inicial de Zaha Hadid para o estádio de Tóquio: 2 bilhões de dólares (Reprodução)

O altíssimo custo dos estádios nunca foi impeditivo para as obras da Copa do Mundo de 2014. Com orçamento inicial de 5,97 bilhões de reais para doze arenas, o Brasil gastou assombrosos 8,48 bilhões de reais (42% a mais que o previsto) até a conclusão das obras. A falta de estratégia sobre o que fazer com esses locais depois que o campeonato terminasse tampouco intimidou o andamento dos projetos, seguindo a máxima do “depois a gente vê o que faz”.

No Japão, uma história com enredo semelhante está tendo um desfecho bem diferente. O país, escolhido para sediar as Olimpíadas de 2020, está preparando uma série de obras estruturais e específicas paras os jogos. A mais emblemática delas é o estádio a ser construído em Tóquio  com estrutura capaz de sediar os eventos de abertura e encerramento dos jogos. Devido à sua importância, o projeto havia sido entregue nas mãos da arquiteta iraquiana Zaha Radid, a única mulher a vencer o prêmio Pritzker (em 2004), equivalente ao Nobel da arquitetura.

Zaha integra a constelação de starchitects, arquitetos internacionais que ganharam projeção mundial com seus mega projetos. Para as Olimpíadas, a proposta de Zaha seguiu a mesma linha grandiloquente dos seus demais trabalhos. Em um país rico como Japão, seria possível supor que bancar um projeto megalomaníaco está longe de ser um problema. Mas o custo somado à dificuldade de justificar uma obra tão luxuosa fizeram o governo japonês mudar de ideia. A proposta de Zaha custaria pelo menos 2 bilhões de dólares para se tornar realidade.

 

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Para o arquiteto japonês Tadao Ando era inaceitável gastar tanto dinheiro com uma única obra. Ando foi vencedor do Pritzker em 1995 e chefia o comitê do governo que foi responsável por selecionar o projeto. “Do ponto de vista do cidadão comum, uma despesa dessas é impensável”, disse. Em julho, o governo desistiu oficialmente do projeto.

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Perspectiva do estádio que abrigará os principais eventos das Olimpíadas de Tóquio 2020

Perspectiva do estádio que abrigará os principais eventos das Olimpíadas de Tóquio 2020

Passados alguns meses, Zaha parece ter compreendido os argumentos japoneses. Nesta semana, ela anunciou estar colhendo os frutos da parceria com a empresa de engenharia e arquitetura Nikken Sekkei, com a qual vem trabalhando há dois anos. A equipe conseguiu refazer o projeto e baixar o custo, agora estimado em 1,3 bilhão de dólares, pouco mais da metade do orçamento anterior.

Se a lição tivesse sido aplicada no Brasil, boa parte dos estádios da Copa do Mundo, a começar pelo Mané Garrincha, teriam sido reprojetados. Para as obras das Olimpíadas do Rio de Janeiro, a previsão de gastos é de 38,2 bilhões de reais (10 bilhões de dólares), dos quais 24,6 bilhões de reais (6 bilhões de dólares) devem ser investidos em infraestrutura. Quanto mais japonês o Brasil for na preparação dos jogos, melhor será para a população.

Por Mariana Barros

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