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Por Leandro Narloch
Uma visão politicamente incorreta da história, ciência e economia
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Por que tantas feministas são doidas?

Por Leandro Narloch
Atualizado em 31 jul 2020, 02h07 - Publicado em 13 fev 2015, 10h44

skol

Tempos atrás, uma amiga minha estava indignada porque, ao correr na ciclovia da Avenida Sumaré, em São Paulo, não parou de levar assovios e buzinadas de motoristas e motoboys. Eram tantos que ela resolveu contar: foram 35 pequenos assédios em meia hora de exercícios.

Começo com essa história para dizer que sim, a vida das mulheres tem dificuldades – e seria legal se os homens mudassem alguns costumes. Ainda hoje tem gente – na internet e nos tribunais – aliviando a culpa de estupradores por causa do famigerado “mas ela estava de saia curta”. A favor de uma mudança de atitude há iniciativas positivas e propositivas, como a campanha Chega de Fiu Fiu.

O que me intriga é seguinte: por que, fora uma ou outra exceção, as militantes que defendem essas causas legítimas são tão histéricas, voláteis, estridentes, paranoicas, desatualizadas, chatas, intolerantes, enfim, totalmente doidas?

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Esta semana foi a vez de uma propaganda da Skol. Duas mulheres ficaram indignadas com a frase “Esqueci o ‘não’ em casa” do anúncio. Não há na propaganda nenhuma menção a mulheres ou a sexo, nenhum imperativo ou tentativa de imposição de regra, como haveria na mensagem “neste carnaval, não venha com essa de dizer ‘não’”. A frase do anúncio está em primeira pessoa, indicado escolha voluntária – e as próprias feministas dizem que não se deve recriminar as mulheres que optam por dizer “sim”. Como a propaganda é de cerveja, talvez o máximo de interpretação que se possa extrair dela é “tudo bem eu beber um pouco mais, pois é carnaval”. Mas as duas mulheres viram ali um episódio de atroz opressão machista. Completaram o cartaz com a frase “e trouxe o nunca” e se fotografaram com cara de indignadas em frente ao anúncio.

Há casos mais absurdos. Na Páscoa de 2013, o chocolate Kinder Ovo levou pedradas na internet por ter produzindo uma versão do chocolate com embalagem azul, para meninos, e outra rosa, para meninas. Em novembro do ano passado, a onda de ódio e intolerância passou por um dos cientistas da equipe da sonda Rosetta, aquela que pousou no cometa. Feministas execraram o cientista Matt Taylor porque ele usava uma camiseta estampada com imagens de uma loira de biquíni. O rapaz foi a público chorando, para dizer que não foi sua intenção ofender as mulheres.

Com boa parte das feministas é impossível travar uma discussão elegante. Elas se eriçam diante da menor diversidade de opiniões. Se você não concorda com um ou outro argumento, é logo tachado de machista ou conservador. Tudo para elas é influência social, apesar do estudo de tendências evolutivas do comportamento humano ter revolucionado a economia, a psicologia e as ciências sociais nas últimas décadas. Não adianta você insistir que está vacinado contra a falácia naturalista, repetir que não há nenhuma obrigação em seguir  ou aceitar tendências naturais. Elas vão logo achar que, ao falar em Darwin, você está dizendo que as mulheres devem ficar em casa cuidado dos filhos porque isso é natural.

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O discurso padrão das feministas é tão primitivo e cheio de clichês que virou piada. O blog Zambininha, por exemplo, ironiza o olhar enviesado das militantes ao explicar tudo, das marchinhas de carnaval ao jogo de xadrez, como exemplos de “opressão do patriarcado burguês, machista e falocrata”. Pasme o leitor: diversas feministas levam os textos do blog a sério e os compartilham com elogios na internet. A caricatura virou realidade, como escreveu a jornalista Katty Young:

O feminismo se tornou sua própria caricatura: uma Irmandade das Eternas Ofendidas, mais interessadas em atacar os homens por pequenas ofensas que celebrar as conquistas femininas.

A intolerância e a paranoia de algumas feministas produzem o mesmo tiro no pé que ativistas liberais e anti-petistas. São militantes tão estridentes na pregação, tão cheios de ódio e obcecados com a causa que viram motivo de piada. Afastam as pessoas que deveriam conquistar. Sabotam o próprio movimento.

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