Na Bahia, Rui esconde logotipo do PT, e Alckmin tem apoio tímido de aliado
Estratégia de abandonar estrela do partido e cor vermelha é a mesma usada por governador em 2014; candidato do DEM não mostra presidenciável tucano
O candidato à reeleição, Rui Costa (PT), tem repetido neste ano a estratégia adotada em 2014, quando conquistou o governo da Bahia. Após a crise de seu partido e com a resistência de parte do eleitorado em votar no PT, o governador não tem divulgado a sigla nas propagandas nem feito menção nos jingles.
A famosa estrela do PT tem ficado cada vez menor nos materiais gráficos. Coordenador da campanha, Jerônimo Mesquita atribuiu à aliança do governador a presença discreta do símbolo petista. “Ele [Rui Costa] tem cuidado nisso por conta da amplitude da coligação, para não marcar de um lado nem do outro. A gente tem uma coligação com 14 partidos, não pode pesar tanto a mão na estrela. Queremos atrair mais gente. Não temos preconceito em carregar outros partidos, mas tem muita gente não pensa assim. Não tem essa maturidade ainda. Agora, não temos a intenção de tirar a imagem do PT da campanha. Tanto que já encomendamos material com a estrela”, justificou.
O vermelho do PT também tem desbotado no estado. Presidente do DEM na Bahia, o deputado federal José Carlos Aleluia já chegou a dizer que “o vermelho sumiu” e que governador tem “vergonha de se assumir do partido”. Se por um lado, Rui Costa tem se afastado das marcas, por outro, tem surfado no desempenho eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente tem 43,4% das intenções de votos no estado, segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas divulgado em maio. Em todos os discursos, Rui ataca a prisão de Lula e sua provável inelegibilidade. Nesta terça-feira (21), afirmou que o Brasil pode virar “republiqueta de banana” se descumprir recomendação da ONU (Organização das Nações Unidas) para registrar a candidatura do ex-presidente.
Campanha discreta para Alckmin
Do outro lado, o principal candidato oposicionista José Ronaldo (DEM) tem feito uma campanha discreta para o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), apesar de ter selado um acordo formal após o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, desistir de disputar o governo da Bahia.
Na época, os tucanos baianos ameaçaram lançar candidatura própria, mas recuaram após o DEM no estado decidir por Alckmin. Na Bahia, o ex-governador paulista tem 5% das intenções de votos e, no cenário com Lula, cai para 3,2%
Nos materiais de propaganda, o aspirante ao Palácio de Ondina do DEM não faz referência ao ex-governador paulista. “Tenho amigos meus que gostam do candidato A, outros do B ou do C, então, eu tenho que respeitar as opiniões desses amigos e das pessoas que me apoiam também. Tenho que fazer uma campanha política em sintonia com quem me apoia”, afirmou José Ronaldo, em entrevista à rádio Itapoan.