Paulo Moura: o último sopro do clarinetista
Pedro Moura, maestro da banda municipal de São José do Rio Preto, embalou a infância dos filhos com notas musicais. Waldemar tornou-se trombonista. José e Alberico optaram pelo trompete. Paulo, o caçula, virou clarinetista. Sorte do Brasil, premiado desde 1951 com os sons emitidos pelo genial instrumentista Paulo Moura. Ele tinha 12 anos quando acompanhou […]
Pedro Moura, maestro da banda municipal de São José do Rio Preto, embalou a infância dos filhos com notas musicais. Waldemar tornou-se trombonista. José e Alberico optaram pelo trompete. Paulo, o caçula, virou clarinetista. Sorte do Brasil, premiado desde 1951 com os sons emitidos pelo genial instrumentista Paulo Moura.
Ele tinha 12 anos quando acompanhou a família na mudança do interior paulista para o Rio de Janeiro. Com 19, estreou na Orquestra Sinfônica Brasileira. E passou a conviver simultaneamente com os compositores clássicos e a música popular, frequentando com igual animação tanto os ensaios da orquestra quanto o Beco das Garrafas, templo da Bossa Nova, ou as gafieiras cariocas. O instrumentista chegou ao sucesso de bar em bar. Hoje, o som de seu clarinete está eternizado em 40 álbuns próprios e em discos de artistas como Elis Regina e Milton Nascimento.
Vítima de um linfoma, Paulo Moura morreu na noite desta segunda-feira. O último sopro do maior clarinetista brasileiro, que trabalhou a vida inteira sem enriquecer, confirmou que o Brasil só celebra cantores. Ainda não aprendeu a valorizar a música instrumental.