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O sobrinho do Zeca do PT que virou sucesso de público e fracasso de crítica num vídeo que viralizou nas redes sociais vai passar vergonha como candidato a vereador

Marcelo Heitor mudou a fachada para escapar do fiasco inevitável e agora está pronto para ser humilhado nas urnas

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h54 - Publicado em 9 set 2016, 17h45

Atualizado às 16h45

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BRANCA NUNES

Num vídeo que se tornou um fulminante sucesso de público e um portentoso fracasso de crítica, o então desconhecido Marcelo Heitor Miranda dos Santos, filho do prefeito de Porto Murtinho (MS) e sobrinho do ex-governador Zeca do PT, decidiu revelar ao país o que pensava das manifestações que, em 15 de março de 2015, levaram às ruas mais de 2 milhões de brasileiros. “Bom dia Campo Grande, Capital Morena! Bom dia Brasil!”, caprichou no sorriso cínico que sublinhava a saudação inicial, declamada com o sotaque de quem morou no Rio em vidas passadas.

Como descreveu o post publicado em 19 de março, Marcelo Heitor ─ cobrindo os olhos com lentes escuras de candidato a piloto de jatinho e trajando uma camisa pólo cor de rosa ─ usou o celular para filmar-se a bordo do seu carrão esporte com teto solar: “Deu não, né?”, começou o discurso delirante. “Dilminha tá lá, né? Como é que faz? Muito bom, é delicioso ganhar da direitinha. São quatro anos saboreando a vitória, o desespero, o mimimi, o chororô eterno, tipo aquela criancinha mimada que perde o doce, sabe?”

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Sempre alternando risadinhas e fungadas, o motorista doidão foi em frente. “Não deu, né? Mas valeu a caminhada, perdeu um pouquinho de caloria, tipo caminhada da saúde, né? Mas olha, não cansa não. Vamos continuar fazendo manifestaçõezinhas dessas daí política, né? Não tem essa de apolítica, né? Manifestação política de quem não votou na Dilma, está com dorzinha de cotovelo, doído pela derrota, mas Lulinha vem aí em 2018 e aí é ferro de novo e mais quatro anos de chororô e mimimi. Mas que é bom é, é muito bom ganhar de vocês. Um beijinho, gente, até a próxima, tchau!”

Assustado com o tsunami de insultos, provocações e deboches, Marcelo Heitor tentou refugiar-se num boletim de ocorrência por “injúria”. O pai, Heitor Miranda dos Santos, correu em socorro do filhão com a alegação de que não houve maldade alguma no vídeo: “Eu já vi montagens muito piores contra a presidenta Dilma e nada foi comentado”, delirou. “Há dois pesos e duas medidas, de um lado pode-se tudo em nome da liberdade de expressão, mas do lado de cá, quando alguém se manifesta, recebe essa avalanche de críticas”.

Um ano e meio depois, o vídeo informa que o mundo de Marcelo Heitor virou do avesso. Os “quatro anos saboreando a vitória” acabaram em menos de dois, o “mimimi e o chororô eterno” mudaram radicalmente de lado e agora são os órfãos de Dilma Rousseff que promovem o que o vidente de circo chamou de “caminhada, tipo da saúde, e manifestaçõezinhas dessas daí política”. Desde a súbita notoriedade, ele teve coragem de expor-se em público apenas duas vezes.

Na primeira aparição, em março deste ano, foi com a família ver um show da dupla sertaneja Leonardo e Eduardo Costa no shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande. Ao descobrir quem acabara de chegar, a plateia ofereceu-lhe a merecida recepção registrada no vídeo abaixo.

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Tornou a mostrar a cara no começo de agosto, quando lançou, pelo Facebook, a candidatura a uma vaga na Câmara de Vereadores de Campo Grande. “Vote em Marcelo Heitor, o seu vereador”, resume a paupérrima rima do slogan. Tentando parecer mais sóbrio do que em março de 2015, Marcelo substituiu ironias baratas e provocações debochadas por comentários menos belicosos. “Continuamos falando que é golpe, mas sem chorar”, disse num vídeo-resposta endereçado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP): “Vamos nos reorganizar, formar trincheiras na oposição a este governo golpista, usurpador. E lá, em 2018 a gente vai se encontrar nas urnas, que vocês têm tanto medo. Têm medo porque têm pouco voto”.

Com menos de 2.500 seguidores no Facebook — e depois da derrota por 61 a 20 no julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado —, quem deveria ter medo de eleição é o candidato. A maioria dos comentários inspirados em suas postagens reproduz as palavras que ouviu no show no Bosque dos Ipês. Muitos são acompanhados do vídeo que o transformou em celebridade.

Já que confia tanto na popularidade de Dilma e Lula, Marcelo poderia aproveitar o tempo que sobra aos ex-presidentes para transformá-los em convidados de honra dos palanques em Campo Grande. Carentes de compromissos eleitorais, Lula e Dilma talvez nem se lembrem de perguntar por que Marcelo Heitor abandonou o partido que continua a abrigar os visitantes e os políticos da sua família. O fanático devoto do PT é candidato pelo PCdoB.

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