O país quer saber se Congonhas foi vendido ao ex-deputado bandido
Preso pelo escândalo do mensalão e afastado da Câmara, Valdemar Costa Neto comprou por 37 votos o mais rentável aeroporto da América Latina
Como o desfile de bandalheiras não pode parar, o carro alegórico reproduzindo o aeroporto de Congonhas ficou exposto por pouco tempo à plateia aglomerada nas arquibancadas da Sapucaí da corrupção. Depois de informar que o mais rentável aeroporto da América Latina seria excluído do pacote de privatizações por exigência do ex-deputado Valdemar Costa Neto, a imprensa foi tratar de outras maracutaias.
É preciso voltar imediatamente ao assunto e abortar a negociata em trabalhos de parto. Preso pelo escândalo do mensalão e afastado da Câmara, Valdemar continua dono do PR, que tem 37 deputados, quatro senadores e o ministro dos Transportes. Para que a bancada votasse pelo arquivamento da segunda denúncia contra Michel Temer, o larápio irrecuperável cobrou um preço salgado: o Aeroporto de Congonhas.
Segundo o Ministério dos Transportes, a Infraero não conseguirá sobreviver se Congonhas. Se é assim, que se inclua também a Infraero e seus penduricalhos no acervo a ser privatizado. Ou Michel Temer cria juízo e faz isso ou estará reconhecendo oficialmente que desde outubro Congonhas está incorporado ao patrimônio do bandido que só está em liberdade porque o Brasil, muito frequentemente, fica mais perto das cavernas que do mundo civilizado.
Nessa hipótese, Valdemar ficará ainda mais rico. Temer garantiu o emprego. Como sempre, só saiu perdendo o Brasil.