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Marcos Troyjo: Atentado em NY tira foco do escândalo Trump-Rússia

Em vários momentos durante a campanha, Papadopoulos teria buscado formas de cooperação com fontes russas para abalar a candidatura de Hillary Clinton

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h41 - Publicado em 5 nov 2017, 02h38

A semana começou tensa na Casa Branca.

Na segunda (30), em lance pouco antecipado pela mídia jornalística, desencadeou-se novo ciclo potencialmente fragmentário a Donald Trump resultante da investigação sobre influência russa durante a corrida presidencial ano passado nos EUA.

Na terça (31), a poucas centenas de metros do epicentro do Onze de Setembro, oito pessoas morreram e muitas outras foram feridas num atropelamento terrorista à imagem do que já se viu em Nice, Londres e Barcelona.

Ambos acontecimentos são em princípio negativos para Trump. Por um lado, agravou-se rapidamente a situação de três personagens de sua campanha. Por outro, o ataque em Nova York evidencia quão ineficaz é a retórica trumpiana de “America Safe” numa sociedade aberta, em que a liberdade de ir e vir é sagrada, e a arma é algo tão rudimentarmente disponível quanto um veículo automotor.

De maneira fortuita, no entanto, o atentado ajuda conjunturalmente os interesses de Trump. A situação de seus que sofrem acusações da justiça é grave. O mais conhecido deles, Paul Manafort, e seu associado direto, Rick Gates, são mantidos em prisão domiciliar. Ambos têm longo histórico de consultoria política na Ásia, África e, sobretudo no ex-espaço soviético.

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A principal fonte de renda da consultoria desde sua fundação teria sido a prestação de serviços junto ao ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, destituído em 2014 na sequência dos famosos protestos da Praça Maidan. A comunidade de inteligência e política externa dos EUA vê Yanukovich como “marionete” de Putin.

Ambos estariam envolvidos em lavagem de dinheiro e outras irregularidades financeiras – o que lhes valeu a aludida prisão. Manafort (com Gates como assessor) foi nada menos que presidente da campanha de Trump à Casa Branca durante alguns meses, período em que, por diversas ocasiões, Trump e Putin trocaram demonstrações de empatia.

A acusação que se lança sobre Manafort e Gates – e certamente a outros integrantes da campanha republicana e do círculo íntimo de Trump – é resultado de investigação liderada por Robert Mueller.

Este, que tem no currículo o cargo de ex-diretor do FBI, foi nomeado em maio passado pelo Departamento de Justiça para exercer o cargo de “conselheiro especial” autorizado a examinar crimes federais, em particular os relacionados a evental influência russa na eleição dos EUA.

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Na mesma segunda (30), Mueller anunciou que um outro assessor de política externa da campanha presidencial de Trump, George Papadopoulos, declarou-se culpado de mentir ao FBI e engajou-se num acordo de colaboração premiada. Em vários momentos durante a campanha presidencial, Papadopoulos teria buscado formas de cooperação com fontes russas ou agindo em nome dos russos para abalar a candidatura de Hillary Clinton.

Tudo isso carrega potencial avassalador, sobretudo se atingir membros da família Trump, como seu filho Donald Jr., ou seu genro, Jared Kushner, encarregado do aconselhamento em assuntos tanto variados quanto complexos, como paz no Oriente Médio ou relações com a China.

Na noite da última segunda, Anderson Cooper, âncora da rede de televisão CNN, perguntava a David Gergen, professor de Harvard e ex-assessor nas presidências de Nixon, Ford, Reagan e Clinton, quão séria se afigurava a situação para a Casa Branca de Trump. Sua resposta: “o quadro é muito delicado, mas não é Watergate”. Alguns nas redes sociais brincaram: “não é Watergate, é mais grave, pois envolve a Rússia, potência estrangeira hostil.”

O atentado em Manhattan tirou no entanto ênfase da pesada atenção que a opinião pública nos EUA começava a dedicar ao “Russiagate”. Não será surpresa alguma se nos próximos dias toda a tônica da atuação de Trump se voltar ao ataque em NY. Nada é mais instrumental nesse momento a Trump do que multiplicar focos de distração.

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