Imagens em Movimento: A passagem do tempo no cinema
SYLVIO ROCHA Como fazer o espectador perceber em uma imagem a passagem do tempo? Conseguir isso de maneira criativa é um dos grandes desafios dos cineastas. Quem não se lembra da incrível cena criada por Stanley Kubrick em 2001 uma odisséia no espaço, quando o osso jogado para cima por um primata se transforma numa […]
SYLVIO ROCHA
Como fazer o espectador perceber em uma imagem a passagem do tempo? Conseguir isso de maneira criativa é um dos grandes desafios dos cineastas. Quem não se lembra da incrível cena criada por Stanley Kubrick em 2001 uma odisséia no espaço, quando o osso jogado para cima por um primata se transforma numa nave espacial?
Em 4 minutos e 30 segundos, o filme de hoje retrata o decorrer de uma vida. Filmado todo em estúdio, com muitas marcações e exaustivos ensaios, mostra o falso plano sequência – plano filmado e exibido sem cortes, em tempo real – de um homem dentro de um banheiro.
A câmera está posicionada na frente do ator, no lugar do espelho. As ações que acontecem no primeiro plano são feitas por outras pessoas, ou pelo próprio protagonista, mas em tomadas diferentes, unidas durante a edição do filme.
Dos diretores Antoine Tinguely e Laurent Fauchère, o premiado Le Miroir mostra o crescimento de um menino através de gestos vulgares e corriqueiros. Atitudes que tornam imperceptível o passar do tempo em nosso cotidiano, viram neste filme uma grande elipse temporal. O resultado é dramático e encantador.