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Eleitoreiras

Tudo indica que o primeiro colocado nas pesquisas será impedido de concorrer. É um imperativo da Justiça, ele foi condenado, a lei deve ser para todos

Por Roberto Pompeu de Toledo
Atualizado em 30 jul 2020, 20h21 - Publicado em 31 ago 2018, 07h07

Roberto Pompeu de Toledo (publicado na edição impressa de VEJA)

Aurora ou apocalipse? A luz que nos redime ou a treva que nos empurra entre uma Venezuela ampliada e um Pinochet recauchutado? O humor nacional, até onde é lícito identificá-lo, aguarda a eleição distribuído entre os polos da esperança e do catastrofismo e, no meio, uma maioria afundada entre a indiferença e o desalento. A seguir, em verbetes, o estado das coisas.

Lula (1) — Fez do quartinho de 15 metros quadrados, no 4º andar da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o mais eficiente dos QGs de campanha eleitoral. Pergunta-se se teria os 39% (Datafolha) ou os 37% (Ibope) das intenções de voto se não tivesse sido preso. A prisão lhe ofereceu a oportunidade de converter-se no mais bem-sucedido candidato invisível e inaudível do planeta.

Alckmin — O mais convencional dos candidatos aparatou-se com o mais convencional dos meios de comunicação. Se Lula é milionário de votos, ele é milionário de tempo de televisão. Pobre da televisão. Terá de provar que, em tempos de mídias sociais, ainda conserva o poder de fogo.

Governabilidade — Palavra em que se distinguem dois sentidos, não necessariamente compatíveis. Sentido 1: capacidade de o governante fazer valer perante o Congresso seu programa de ação. Sentido 2: capacidade de se segurar no cargo. Em parte das vezes, o candidato finge invocar o primeiro sentido, mas tem a cabeça no segundo.

Jair se acostumando — Certo, mas antes é preciso consultar o Posto Ipiranga. No Posto Ipiranga, tal qual é referido pelo candidato, imagina-se que economistas, sociólogos e juristas, abancados entre as bombas de gasolina, atendem a consultas. No compartimento de troca de óleo, ao pé do elevador que sobe e desce os veículos, dedicam-se a traçar os melhores rumos para o país. E na loja de conveniência, em prateleiras junto ao freezer de vender gelo, arquivam lúcidas análises, teses e planos de governo. O serviço de lava a jato, nos fundos, é local em que não apreciam pôr o pé.

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Cabo Daciolo — Com a Bíblia na mão e as ordens do Todo-Poderoso nos lábios, é Antônio Conselheiro em versão eleitoral. Euclides da Cunha chamou o Conselheiro de “Messias de feira” e “bufão arrebatado numa visão do Apocalipse”. O Conselheiro redivivo faz bem a Bolsonaro. A comparação torna-o respeitável.

Henrique Meirelles — Faz bem a Alckmin. O antigo sorvete de chuchu transforma-se, a seu lado, em uma personalidade fascinante, dona de discurso arrebatador.

Poste — Jamais houve um como o que o feiticeiro do quartinho de 15 metros quadrados prepara para esta vez. Os anteriores eram seus indicados. Este terá de ser ele próprio. Uma delicada operação de transmutação de personalidade estará em curso. Lembre-se, Fernando Haddad: você não é Fernando Haddad.

Ciro Gomes — O primeiro Ciro, imperador da Pérsia (590 a.C.-529 a.C.), é chamado de Ciro, o Grande. O nosso (e essa é a sua desgraça) é Ciro, o Médio. Não é pequeno, mas também não é grande. No futebol, times grandes são os que disputam a liderança nos campeonatos, pequenos os que lutam para escapar ao rebaixamento, e os demais os condenados a ficar pelo meio da tabela. Essa é a sorte que, ao longo das corridas presidenciais, tem cabido a Ciro, o Médio.

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Kátia Abreu — Ao aparecer com o rosto mais afinado e jovem, na foto ao lado do cabeça de chapa, a vice de Ciro Gomes deixou uma questão no ar: Photoshop é fake news?

Marina Silva — FHC disse que lhe falta “um pouco de malignidade”. E não é que tem razão?

Lula (2) — Tudo indica que o primeiro colocado nas pesquisas será impedido de concorrer. É um imperativo da Justiça, ele foi condenado, a lei deve ser para todos etc. mas, independentemente de tudo isso, não deixa de ser constrangedor. Ou, se não constrangedor, embaraçoso. A questão Lula deu um nó nesta eleição. A muitos, aqui e no exterior, sem ele soará ilegítima. E o pior é que com ele, dado o passivo que acumulou, a outros tantos também soaria.

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