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Editorial do Estadão: Os jovens e as ciências

É possível modernizar esses níveis de ensino com objetividade e rigor, sem perda de tempo com discussões ideológicas

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 19h47 - Publicado em 21 abr 2019, 16h51

Realizada há três semanas no Inova USP, o recém-inaugurado centro de inovação da universidade, a 17.ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia mostrou por que ela se tornou um dos principais polos de atração dos estudantes do ensino básico e técnico interessados em se desenvolver na área. Mostrou, também, como é possível modernizar esses níveis de ensino com objetividade e rigor, sem perda de tempo com discussões ideológicas.

A ideia básica é que, ao voltar para suas escolas, esses estudantes com alta capacidade de aprendizagem – a maioria oriunda da rede escolar pública – disseminem o que aprenderam entre os colegas. Esses estudantes costumam ter trajetórias acadêmicas muito rápidas, chegando inclusive a publicar artigos ao passar do ensino médio para o ensino superior.

Para prepará-los para participar da feira, os organizadores oferecem cursos online que os ensinam a desenvolver projetos em linguagem acessível. Um deles, por exemplo, mostra como produzir sensores e coletar dados com ajuda do celular. “Os projetos e protótipos estão se tornando mais robustos a cada ano graças a esse material didático e à experiência acumulada de professores orientadores que participaram das edições anteriores da feira”, afirma a engenheira Roseli de Deus Lopes, em entrevista concedida à revista Pesquisa, da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo. Além de professora da Escola Politécnica da USP, ela dirige o Laboratório de Sistemas Integráveis da instituição e foi quem teve a ideia de criar essa feira no Brasil em 2001, depois de participar da International Science and Engineering Fair, o mais importante evento pré-universitário do mundo.

Financiada por agências de fomento a pesquisa, empresas e entidades científicas, a 17.ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia recebeu cerca de 72 mil projetos e os critérios de seleção utilizados pelos 200 professores que os avaliaram levaram em conta potencial de inovação, relevância, rigor científico utilizado na metodologia e qualidade do relatório sobre o projeto. As 332 equipes finalistas foram compostas por 751 estudantes de todas as regiões do País. Ao todo, quase 30 projetos receberam algum prêmio, como certificados, passagens e estadia para eventos internacionais de ciência, bolsas de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e assinaturas da revista Pesquisa. Muitos prêmios foram oferecidos por empresas e entidades, como a American Psychological Association.

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Alunos oriundos de regiões menos desenvolvidas conseguem trazer problemas relevantes, que conhecem de perto e enfrentam no dia a dia. Com apenas 14 anos e filha de uma empregada doméstica de Maceió, umas das vencedoras desenvolveu painéis de fibra de coco para isolamento acústico e ganhou um convite para publicar um artigo na revista Scientia Prima, voltada para estudantes pré-universitários. Foi a primeira vez que viajou para São Paulo. Com 17 anos e moradora em Imperatriz, no Maranhão, outra vencedora elaborou um estudo sobre manejo sustentável do buriti, com o objetivo de gerar renda no sudoeste do Estado. O trabalho foi premiado pela Society for Science & the Public Award for Community Innovation. Com apenas 16 anos, outra vencedora, que é aluna de um colégio estadual de Campinas, desenvolveu o projeto de um canudo biodegradável à base de inhame e gelatina que se degrada depois de 40 minutos imerso num copo de água ou refrigerante. A estudante recebeu cinco prêmios e ganhou uma vaga para participar da National Youth Science Camp, um encontro internacional voltado para alunos do ensino médio.

Iniciativas como a promoção da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia e da Olimpíada Brasileira de Matemática são decisivas para que o País possa formar o capital humano de que tanto necessita para voltar a crescer. E também deixam uma importante lição: quando o bom senso prevalece sobre modismos pedagógicos e bandeiras educacionais mais vistosas do que eficazes, a sociedade tende a ganhar.

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