Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Editorial do Estadão: O ensino na visão dos brasileiros

A população brasileira está refletindo cada vez mais sobre as causas dos principais problemas do País

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h30 - Publicado em 10 abr 2018, 13h45

Que a má qualidade do ensino básico influi no aumento da violência criminal e da corrupção, não há novidade. O inédito é que aumentou o porcentual da população brasileira que compreende essa relação e não esconde sua indignação com a má situação em que se encontra a rede pública de ensino básico, da qual resulta a precária formação escolar das novas gerações. Também é inédita a constatação de que oito em cada dez brasileiros concordam com a afirmação de que a má qualidade do ensino não decorre da falta de recursos financeiros, mas do modo perdulário como eles têm sido geridos pelos governos municipais, estaduais e federal.

Esta é a conclusão de um levantamento promovido pelo Ibope Inteligência e encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo movimento Todos pela Educação ─ uma organização sem fins lucrativos fundada há 12 anos, financiada por 32 mantenedoras e voltada à melhoria do ensino básico. Intitulada Retratos da Sociedade Brasileira ─ Ensino Básico, a pesquisa foi feita em 126 municípios e entrevistou 2 mil pessoas sobre os efeitos da qualidade da educação no desenvolvimento do País. Divulgada na semana passada, num período em que a escalada de violência levou o governo federal a intervir na área de segurança do Estado do Rio de Janeiro, a pesquisa aponta que 77% dos brasileiros identificam na má qualidade do ensino um dos fatores responsáveis pelo avanço da criminalidade e 60% dizem o mesmo com relação à corrupção. Ela também mostra que 80% da população critica prefeitos, governadores e os últimos presidentes da República por não terem convertido a melhoria do ensino fundamental e médio em prioridade de suas gestões.

Como era de se esperar, a percepção entre má qualidade de ensino e o aumento da violência e da corrupção tende a ser maior entre os entrevistados com graus mais altos de escolaridade. Entre os que possuem diploma superior, 82% tiveram essa percepção. O surpreendente é que 71% dos entrevistados que cursaram até a 4.ª série do ensino fundamental também manifestaram o mesmo entendimento.

O trabalho revela ainda que a avaliação negativa (ruim ou péssima) da rede escolar pública pulou de 18% para 27% no âmbito do ensino fundamental, entre 2013 e 2017, e passou de 15% para 26% com relação ao ensino médio, no mesmo período. Isso significa que é cada vez maior o número de brasileiros conscientes de que, se por um lado o acesso à escola aumentou, a ponto de 95% de crianças e jovens com idade entre 4 e 17 anos estarem matriculados, por outro eles estão aprendendo muito pouco, como tem sido evidenciado pelo desempenho medíocre dos estudantes nas avaliações nacionais e internacionais, como o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Básico (Saeb), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), promovido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com relação à rede escolar privada, a pesquisa revela que a avaliação positiva (ótima e boa) caiu de 77% para 65% no ensino fundamental e de 76% pra 74% no ensino médio entre 2013 e 2017.

Apresentados a menos de sete meses das eleições para a Presidência da República, para os governos estaduais e para casas legislativas federais e estaduais, esses números não poderiam ter vindo em melhor hora. Eles mostram que a população brasileira está refletindo cada vez mais sobre as causas dos principais problemas do País. Que ela também está compreendendo que o baixo nível de ensino proporcionado a milhões de crianças e jovens indica um enorme desperdício de dinheiro e potencial humano. E que está aprendendo, ainda, a distinguir o que os candidatos prometem em suas campanhas e a falta de comprometimento com que exercem seus mandatos, sempre relegando para segundo plano o que apresentaram como prioridade nos palanques.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.