Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Editorial do Estadão: Brasil-Argentina, bom começo

Pode ser o início de uma diplomacia mais civilizada e realista do que a desenhada na fase do PT e dos Kirchners

Por Cristyan Costa Atualizado em 30 jul 2020, 20h02 - Publicado em 17 jan 2019, 14h43

Há um simbolismo e um bom presságio na visita do presidente argentino, Mauricio Macri, a seu colega brasileiro Jair Bolsonaro. Macri foi o primeiro chefe de governo a visitar o presidente do Brasil depois de sua posse. Isso é uma prova, segundo afirmaram os dois em comunicado conjunto, da prioridade atribuída reciprocamente pelos dois países. A frase enfática logo no começo do texto e a repetição da palavra prioridade dois parágrafos adiante chamam a atenção. Não havia dúvida quanto à importância atribuída pelo governo da Argentina à relação com o Brasil. Agora parece clara a disposição do presidente brasileiro de pôr em primeiro plano a parceria com o maior vizinho sul-americano. Falta saber se passou a julgar prioritária a relação com o Mercosul. O tema foi tratado com desprezo e até com palavras duras, numa entrevista antes da posse, pelo então futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

Houve manifestações de espanto e de preocupação, nos países vizinhos, depois dessa entrevista. As palavras do futuro ministro seriam menos inquietantes se fossem apenas um deslize diplomático. Mas a declaração indicava muito mais que isso. Era preciso saber, a partir desse momento, como os integrantes da nova equipe entendiam os compromissos internacionais do Brasil, o status do Mercosul (uma união aduaneira) e a importância do bloco regional como plataforma de integração no mercado internacional.

Como integrante de uma união aduaneira, o Brasil só poderia negociar acordos de livre comércio juntamente com os demais sócios do bloco, Argentina, Paraguai e Uruguai. Faltaria essa informação aos membros da nova equipe. O Mercosul ficou de fato emperrado por muito tempo, por causa de enormes erros cometidos pelos governos do PT e dos Kirchners, seus aliados argentinos.

O caminho sensato seria reavivar a vocação original do bloco, seguindo um projeto esboçado pelos presidentes Michel Temer e Mauricio Macri. Poderia haver enormes avanços internos e externos. O caminho poderia ser diferente, se o novo governo preferisse imitar também na política regional a truculência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inspirador do presidente Bolsonaro, de seus filhos e do chanceler Ernesto Araújo. Mas seria mais fácil mexer na área de livre comércio formada por Estados Unidos, Canadá e México do que na união aduaneira constituída pelos sócios do Mercosul. Ninguém teria notado esse detalhe?

Talvez o presidente Jair Bolsonaro tenha decidido prosseguir no caminho desenhado por seu antecessor. No fim da declaração conjunta aparece a decisão de trabalhar para “rever a tarifa externa comum, melhorar o acesso a mercados e avançar em facilitação de comércio e convergência regulatória”. O texto ainda menciona a intenção de impulsionar as negociações mais promissoras já em curso e avaliar o início de novas conversações com outros parceiros.

Continua após a publicidade

Tudo isso é promissor: o comunicado conjunto oficializa o compromisso de aperfeiçoar o Mercosul e ao mesmo tempo avançar em novas negociações, obviamente sem as limitações terceiro-mundistas da fase do PT e dos Kirchners. Mas qualquer aposta segura nessa atitude menos trumpiana ainda vai depender de novas manifestações da diplomacia econômica do governo Bolsonaro. Não há como esquecer facilmente nem a profissão de fé trumpista do chanceler Ernesto Araújo nem a foto de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, com o boné de campanha de Donald Trump.

A maior parte da declaração conjunta propõe a atuação bilateral em diferentes áreas “com maior potencial”, como segurança interna e regional, articulação jurídica, combate ao crime transnacional e à corrupção e cooperação nas áreas de defesa, tecnologia e infraestrutura, entre outras.

Pode ser o começo de uma diplomacia mais civilizada e realista do que aquela desenhada nas primeiras declarações sobre política externa. Diante disso, parece pouco significativo, agora, o risco de um projeto de construção de algum muro de milhares de quilômetros nas fronteiras. Seria um desastre para as finanças públicas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.