Facebook: conheça um novo recurso de segurança (e solidariedade)
A rede social acaba de anunciar, neste minuto, uma ferramenta pela qual pessoas podem se ajudar em casos de desastres
“Quando os desastres acontecem, as pessoas precisam saber que seus familiares e amigos estão seguros. É em momentos como este que ser capaz de se conectar realmente importa”, disse Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, em 2015, diante do catastrófico terremoto que vitimou em torno de 9 mil pessoas no Nepal, naquele ano.
Sim, nessas horas as redes sociais provam a quem vieram. Não, elas não servem só para ver o que um parente comeu no almoço, as reclamações de um amigo, a opinião política alheia, espalhar memes ou disseminar notícias falsas. Facebook, Twitter, Instagram e cia. amplificaram o conceito de rede social que existe desde que o homem é homem. Antes, pessoas se reuniam, por exemplo, em ágoras, igrejas, praças, para fofocar e, quando preciso fosse, se ajudar. Hoje, fazem o mesmo na internet. Só que, agora, se unindo aos quase 2 bilhões de indivíduos que postam no Facebook. Quando Zuckerberg realçou o poder de solidariedade de sua criação, ele também disponibilizou o recurso Safety Check, pelo qual pessoas que estavam nas regiões atingidas pelo terremoto podiam, com um clique em seus perfis, informar que estavam seguras. É essa ferramenta — existente desde 2014 e que já foi ativada também em situações como após ataques terroristas na França — que ganhou uma evolução. A partir de agora, também se pode utilizar o Safety Check para oferecer ajuda a quem passa apuros em momentos de crises extremas, a exemplo de tsunamis, terremotos e desastres sociais.
A nova ferramenta, que ganhou o nome de Community Help, é tão simples quanto tem de ser. Por ela, pessoas podem pedir e oferecer auxílio, como comida, abrigo e transporte. Ao ser ativada, por exemplo, numa região atingida por um desastre natural – no Brasil, serviria bem para socorrer as vítimas do lamaçal que cobriu cidades mineiras após o rompimento da barragem de Mariana, em 2015 –, indivíduos no local passam a conseguir compartilhar posts, elencados em diferentes categorias, com o intuito de facilitar ações de solidariedade.
De início, o Community Help será disponibilizado em incidentes naturais, em testes na Arábia Saudita, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Índia e EUA. Depois, a ideia é expandir seu uso. “Já vemos a comunidade (do Facebook) realizar esse tipo de ação por ela mesma, por meio de grupos e posts”, escreveu Naomi Gleit, vice-presidente de bem-estar social da empresa. “Faremos ser mais fácil as pessoas encontrarem a ajuda que precisam”.
LEIA TAMBÉM
Sobre Trump: depoimento (exclusivo) de engenheiro do Facebook
Vale do Silício desafia Trump e batalhará para manter imigrantes
Redes sociais têm se mostrado como um tipo de porto seguro em situações alarmantes. Após os ataques terroristas da maratona de Boston de 2013, por exemplo, 26% dos americanos procuraram esses sites para se informar. Quando a polícia de Boston capturou o primeiro autor do atentado, compartilhou a notícia pelo Twitter. As redes tiveram papel similar também após o terremoto que devastou o Haiti em 2010 e em protestos em países tão distintos quanto EUA, Turquia, Tailândia e Romênia.
O novo recurso do Facebook amplifica esse papel e, ainda, num efeito contínuo, ressalta o lado positivo (e produtivo) da internet – ultimamente tão criticada pela profusão de haters, fake news, grupos extremistas de todos os estilos; ou seja, por também refletir a irresponsabilidade (por vezes, maldade) humana. Com o Community Help, o Facebook ainda exibe confiança na enorme sociedade online que formou. Isso porque (e esse elemento está na essência do novo recurso), é preciso acreditar na bondade do próximo quando se pede (ou se oferece) ajuda a um desconhecido.
Para acompanhar este blog, siga-me no Twitter, em @FilipeVilicic, e no Facebook.