Novo alerta: fumaça tóxica de queimadas da Amazônia vai encobrir quatro estados
Fenômeno deve se intensificar ao longo da semana e atingir em cheio metrópoles do país
A fumaça proveniente de queimadas na floresta amazônica voltará a encobrir parte do Brasil nos próximos dias, apontam modelos de dispersão de aerossóis realizados por institutos de meteorologia e pesquisa espacial como o Sistema Copernicus, da União Europeia.
Graças à influência de poderosas correntes atmosféricas, um denso e tóxico corredor de fuligem será transportado para a Região Sul do Brasil, devendo atingir Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, assim como partes de São Paulo.
De acordo com informações do instituto de meteorologia MetSul, a fumaceira será transportada através do país por uma correte de jato de baixos níveis, nome dado ao corredor de vento de 1.500 metros de altitude que se origina no sul da Amazônia e desce até o Rio Grande do Sul.
Na última segunda-feira (26), outro corredor atmosférico transportou a fumaça dos incêndios de São Paulo para Brasília e Goiânia, encobrindo totalmente o céu das duas capitais. O aeroporto goiano chegou a ser fechado como resultado da péssima visibilidade.
O espalhamento da fumaça deixou o ar insalubre em 16 estados e no Distrito Federal, fazendo com que o número de atendimentos por problemas respiratórios disparasse 60% na rede pública paulista.
Também em agosto, outro corredor de fumaça chegou aos estados do Sul, deixando o sol laranja e vermelho. Uma névoa de fuligem encobriu Porto Alegre e outras cidades gaúchas.
Imagens de satélite da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, dos Estados Unidos, nesta semana mostram boa parte da Amazônia encoberta por fumaça.
O agravamento da situação atmosférica é resultado dos 112 000 registros de foco de incêndio no país, alta de 80% com relação ao mesmo período de 2023, boa parte deles situados na floresta amazônica.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que em agosto foram identificados 28 697 focos de calor na Amazônia brasileira, número recorde.
Ainda de acordo com os dados do Inpe, o pior cenário do ano aconteceu no último dia 26, quando 1988 pontos diferentes da floresta tropical ardiam sob as chamas.