Uma nova onda de calor atinge o Brasil a partir desta quinta-feira, 14. Ela será causada por um sistema de alta pressão atmosférica que começa a se formar no interior do país, diminuindo a umidade e a nebulosidade no centro-oeste, no sudeste e em parte da região sul. As temperaturas começam a se elevar com a aproximação do final de semana e devem ser mantidas, pelo menos, até o próximo dia 20.
Na última terça-feira, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja de perigo para as regiões sul, sudeste, centro-oeste e parte do norte e do nordeste, chamando atenção para temperaturas até 5 graus centígrados acima da média. Embora esta onda seja menos intensa do que a que atingiu o país em meados de novembro, o calor deve predominar em todas as regiões do país:
- Na capital de São Paulo, a máxima pode atingir os 30 graus nessa quinta-feira. Ao longo do final de semana, o estado pode registrar temperaturas entre 38 e 40 graus;
- Máximas no Rio de Janeiro e Espírito Santo podem ultrapassar os 37 graus;
- Nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia os termômetros podem registrar 40 graus durante o final de semana. A região centro-oeste, assim como o sul da Bahia, deverá ser a mais afetada pela alta pressão, com níveis de umidade que podem variar de 11% a 30%;
- No sul, a frente fria que atuou ao longo dos últimos dias deve se afastar, impedindo que o ar frio chegue a região. Além da baixa umidade, Santa Catarina e Paraná devem registrar máximas que ultrapassam os 37 graus, e Rio Grande do Sul pode registrar máximas acima dos 40;
- O ar quente e úmido predomina sobre a região norte, favorecendo nuvens carregadas, ventos e trovoadas ao longo da próxima semana, em especial em Rondônia, Amazonas, Acre e Pará. Temperaturas não devem passar dos 34 graus;
- No nordeste um fenômeno chamado vórtice ciclônico em altos níveis também deve deixar o tempo seco. O sol deve predominar em todos os estados e as temperaturas devem ficar entre 38 e 40 graus. No sertão a umidade pode ficar abaixo dos 30%.
O que causa essa onda?
As altas temperaturas serão causadas por uma área de alta pressão atmosférica, que deixará o ar mais seco. “O vento gira no sentido anti-horário persistentemente, impedindo a precipitação”, afirma Regina Rodrigues, Professora de Oceanografia e Clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Coordenadora dos Grupos de trabalho sobre Risco Climático e Ondas de Calor Marinhas do Programa Mundial de Pesquisas Climáticas da ONU, em entrevista a VEJA. “Sem nuvens, mais insolação consegue chegar na superfície da Terra e o domo causado por esse vento impede que o calor de dissipe, o que causa o aumento nas temperaturas.”
Esta é a nona onda de calor que atinge o país em 2023, o que pode ter a ver com o El Niño. “Esse fenômeno altera a circulação atmosférica, causando chuvas no sul e secas no norte e no nordeste”, afirma Rodrigues. “O que eu tenho visto é que os impactos desse evento natural estão sendo intensificados como resultado das mudanças climáticas.”
Quais os riscos?
Os recordes de temperatura aumentam os riscos de incêndios e prejuízos à agropecuária. A sensação térmica muito alta também pode provocar riscos à saúde, como insolação em diferentes graus. Os mais vulneráveis e que precisam de mais atenção são pessoas idosas, bebês, crianças, gestantes e portadores de doenças crônicas, além da população em situação de rua. Animais domésticos também exigem atenção redobrada.
O Ministério da Saúde preparou uma cartilha com algumas recomendações, entre elas:
- Beber águas e sucos com frequência, mesmo quando estiver sem sede;
- Evitar bebidas com álcool, açucaradas e os refrigerantes;
- Evitar refeições pesadas e condimentadas;
- Ingerir refeições leves, como saladas e frutas, a exemplo de melancia, melão e laranja;
- Permanecer em locais mais frescos e arejados: à sombra, com ar condicionado ou ventilador;
- Manter os ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água;
- Usar roupas com tecidos e modelos frescos para deixar a pele respirar;
- Tomar banhos frios ou com temperaturas mais baixas;
- Evitar mudanças bruscas de temperatura;
- Evitar se expor ao sol nos horários mais quentes, assim como não realizar atividades físicas nestes intervalos, principalmente, ao ar livre;
- Usar protetor solar, óculos escuros e chapéus.
(Com Agência Brasil)