Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mudança climática reduz capacidade da Amazônia absorver poluentes

Ecossistemas que absorvem dióxido de carbono ajudam a combater aquecimento global. Mas cientistas alertam para panorama perigoso

Por Ernesto Neves Atualizado em 2 mar 2023, 17h34 - Publicado em 1 mar 2023, 08h29

Nas últimas décadas, o progresso da humanidade fez com que queimássemos uma quantidade sem precedentes de combustíveis fósseis, resultando na liberação recorde de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. O gás é o principal responsávei pelas mudanças climáticas, um consenso entre cientistas.

Até o momento, estudos indicavam que as florestas do globo também aceleraram a absorção de CO2, um fenômeno que ajudou a retardar os efeitos do aquecimento global.

Agora, porém, estudiosos advertem que a ajudinha da natureza pode estar chegando ao fim.

Imagens de satélite e medições do solo revelaram que esse bônus de CO2 pode estar diminuindo, principalmente em locais com solos secos e nitrogênio limitado.

Segundo estudo publicado na última semana na revista Nature, os pontos de preocupação incluem o leste da África, a região do Mediterrâneo, as costas da América do Norte e Central, a Índia e o sudeste da Ásia.

Trata-se de uma descoberta preocupante. Isso porque cerca de 30% das emissões de carbono acabam absorvidas pelas plantas, árvores e solo, e outros 25% pelo oceano. São os chamados de sumidouros de carbono da Terra.

Continua após a publicidade

Em alguns pontos, cientistas observaram estabilização da capacidade de absorção. E na Amazônia há indicativos que o processo esteja em queda.

Os pesquisadores mediram dois elementos desse mecanismo – as mudanças ano a ano na absorção de carbono e a probabilidade de uma floresta retornar à sua condição anterior.

Quando há muitos eventos extremos no clima – um dos efeitos das mudanças climáticas, aumentam as chances de que uma mudança permanente na absorção de COs esteja em marcha.

Como resultado, a floresta absorve menos do nosso carbono atmosférico.

“Cada oscilação de um sistema florestal é amplificada ao longo do tempo, porque ‘lembra’ melhor o que aconteceu antes”, disse Marcos Fernández-Martínez, pesquisador da Universidade Autônoma de Barcelona e principal autor do estudo da Nature.

Continua após a publicidade

Nessa pesquisa, os estudiosos do clima aplicaram aos sumidouros de carbono uma metodologia já conhecida e usada anteriormente para a analisar os chamados pontos de inflexão dos sistemas  que mantêm o planeta funcionando da maneira como o conhecemos.

Desde o início da Revolução Industrial, no século XVII, o mundo já se aqueceu em 1,2°C, com consequências dramáticas para o clima global.

A redução nas emissões de CO2 é a maneira mais eficaz para conter o chamado aquecimento global, mantendo a escalada dos termômetros a no máximo 1,5°C, nível considerado seguro por cientistas e firmado durante o Acordo de Paris, em 2015.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.