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Chicago sufocada por fumaça, 51°C no Texas: o verão extremo nos EUA

Mais de 100 milhões de americanos enfrentam condições potencialmente mortais – e a estação mais quente mal começou

Por Ernesto Neves Atualizado em 30 jun 2023, 12h46 - Publicado em 30 jun 2023, 09h01

Passados oito dias desde o início do verão no Hemisfério Norte, os Estados Unidos já enfrentam recordes históricos de temperatura, um clima extremo que também desencadeia tempestades e incêndios florestais.

Segundo a agência climática dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), 120 milhões de americanos estão submetidos a fatores climáticos adversos – calor e fumaça tóxica dos incêndios florestais – nesta sexta-feira (30).

Segundo a agência federal americana, dezessete estados do Norte e Meio-Oeste estão no momento encobertos pela fuligem das queimadas que atingem o Canadá.

E quatro das maiores cidades do país – Nova York, Chicago, Washington e Detroit – registraram o ar mais insalubre do planeta nas últimas horas, de acordo com dados divulgados pelo instituto IQAir.

A fumaça que assola boa parte dos Estados Unidos tem como origem o grande número de incêndios que atingem a província de Quebec, no Canadá.

Um sistema de tempestades próximo à costa da Nova Escócia, no litoral atlântico canadense, empurrou essa fuligem para o sul, em direção às áreas mais densamente povoadas da América do Norte.

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Essas queimadas foram desencadeadas por raios,  temperaturas acima do normal e condições secas que afetam o Canadá desde maio. Segundo o primeiro-ministro Justin Trudeau, essa já é a pior temporada de incêndios da história do país.

A fumaça do incêndio florestal carrega partículas conhecidas como PM2.5 – um poluente microscópico, mas perigoso.

Isso porque, quando inalado, pode penetrar profundamente no tecido pulmonar e entrar na corrente sanguínea, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).

O material particulado tem sido associado a uma série de problemas de saúde, incluindo asma e doenças cardíacas.

Fumaça de incêndios no Canadá cruza o Oceano Atlântico e atinge a Europa, segundo imagem de satélite feita pela Nasa
Fumaça de incêndios no Canadá cruza o Oceano Atlântico e atinge a Europa, segundo imagem de satélite feita pela Nasa (Nasa/Divulgação)

No sul dos Estados Unidos, o problema são as temperaturas insuportáveis.

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Há três semanas, os estados do Texas, Novo México, Louisiana, Arkansas, Kansas e Missouri assistem a uma escalada nas temperaturas desencadeada por uma cúpula de calor, fenômeno climático que impede a circulação de ar e a chegada de frentes frias. 

A situação é particularmente grave no Texas, onde a elevada umidade elevou a sensação térmica a níveis inacreditáveis nas cidades de Corpus Christ (51°C), Rio Grande Village (47°C) e Del Rio (46°C).

Em McAllen, as medições bateram 46°C por dez dias seguidos, algo considerado inacreditável por especialistas locais.  

A cúpula de calor tem como epicentro o norte do México, onde a situação é ainda mais preocupante.

O governo mexicano decretou estado de emergência para proteger o sistema elétrico de apagões, enquanto localidades como Hermosillo, no norte, enfrentaram dias com 50°C.

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“A cúpula de calor é uma das mais fortes de todos os tempos e basicamente impossível de acontecer sem as mudanças climáticas”, afirma Jeff Berardelli, meteorologista de Tampa, na Flórida.

Socorristas atendem homem que passou mal durante onda de calor em Eagle Pass, no Texas, na quinta, 29 de junho
Socorristas atendem homem que passou mal durante onda de calor em Eagle Pass, no Texas, na quinta, 29 de junho (Getty/Getty Images)

A loucura nos termômetros não se restringe à América do Norte.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, em junho as temperaturas médias globais da superfície foram as mais altas da história para esse período do ano.

A entidade divulgou ainda que as temperaturas da superfície do mar atingiram novo recorde em maio pelo segundo mês consecutivo. E que em junho cravaram níveis sem precedentes para o mês.

Esse aquecimento geral se reflete na canícula que castiga a Índia e já provocou ao menos 100 mortes.

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Em Mumbai, maior metrópole do país, com 21 milhões de habitantes, enfrenta-se 40°C diariamente desde meados de junho.

Climatologistas indianos também relacionam o que está acontecendo com o aquecimento global.

De acordo com pesquisas da ONU, o efeito estufa fez com que ondas avassaladoras como a atual sejam 30 vezes mais prováveis de acontecer graças às mudanças no clima.

Mais espantoso ainda é o calorão que se abate sobre o vizinho Nepal.

Em geral com clima mais ameno graças à grande altitude da Cordilheira do Himalaia, que atravessa a pequena nação asiática, os nepalenses têm enfrentado níveis potencialmente mortais de calor.

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Em Janakpur, fez 43°C e em Chushot Yogma, a 3.200 metros acima do nível do mar, 36°C, a mais alta temperatura já registrada nessa altitude em todo o planeta.

O verão inclemente também se abate sobre a China. Em Xangai, epicentro econômico, o mês de maio foi considerado o mais quente em 100 anos.

E a capital, Pequim, teve na quinta (29) o dia mais quente de sua história, com as aferições registrando 42°C.

A onda afeta ainda Tailândia, Camboja, Laos e Filipinas.

Indianos se refrescam no rio Ganges, em Patna, na Índia, durante onda de calor
Indianos se refrescam no Rio Ganges, em Patna, na Índia, durante onda de calor (Getty/Getty Images)
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