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Baixo preço da energia solar representa desafio para metas ambientais

Relatório destaca os riscos do fenômeno da “deflação do valor solar”, que pode afastar os investidores

Por Nathan Fernandes
25 ago 2021, 16h23

A energia solar é um dos melhores exemplos de como é possível produzir uma energia que seja limpa, barata e renovável. Usar o sol como fonte primária de geração de eletricidade é uma das formas mais eficazes de substituir economias baseadas em combustíveis fósseis por economias de baixo carbono, fator fundamental para amenizar os efeitos da crise climática e para atender aos compromissos estabelecidos no Acordo de Paris. Mas há um desafio. 

A geração de energia solar é concentrada em períodos relativamente curtos do dia. Diferente de outros tipos de operações, as que ocorrem nas usinas solares não são facilmente reguladas, gerando eletricidade de acordo com a intensidade do sol. Logo, quando uma usina está em seu nível máximo de aproveitamento, também estão todas as outras que ficam próximas. Isso faz com que a produção de energia do tipo seja suscetível a um fenômeno conhecido como “deflação do valor solar”. 

De acordo com uma análise do Breakthrough Institute, a Califórnia, estado norte-americano líder na produção de energia solar do mundo, já começa a se preocupar com essa questão — apesar de ainda se beneficiar de incentivos do governo. “À medida que mais geradores solares são instalados, o preço médio de atacado da eletricidade diminui nas horas próximas do meio-dia. Isso reduz o valor tanto da energia solar nova quanto da já existente, em comparação com outras fontes de eletricidade”, afirma o relatório.

O documento ainda destaca que, desde 2014, os preços médios de energia solar no atacado caíram 37% em comparação com os preços médios de eletricidade provinda de outras fontes, isto é, a energia solar vale cada vez menos. 

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O cumprimento das metas ambientais dos próximos anos depende fortemente da construção de mais usinas do tipo. Mas, apesar dos consumidores poderem se beneficiar com o baixo custo, o relatório do Breakthrough Institute reforça que a deflação pode ser um empecilho, já que investidores podem se sentir desestimulados com a falta de ganhos. 

No Brasil, a energia solar representa 1,9% de toda a matriz elétrica nacional. Mas é cada vez mais comum observar o aparecimento de placas de captação. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), com dados da International Energy Agency Photovoltaic Power Systems Programme (IEA PVPS), os brasileiros ocupam o nono lugar no ranking dos países que mais produziram energia fotovoltaica em 2020, ficando atrás de nações como China, Estados Unidos, Vietnã, Japão e Alemanha (que ocupam as cinco primeiras posições). Em 2019, o Brasil estava em décimo segundo.

Por aqui, a deflação do valor solar parece distante. Mas, de acordo com o relatório do Breakthrough Institute, o que acontece na Califórnia pode servir de alerta para o que pode acontecer no resto do mundo, conforme a demanda por energia limpa e renovável aumenta e a energia solar ganha relevância. 

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